
GNR
Psicopátria
1986
Música: do Latim musica, do Grego mousiké, significa das Musas, das belas-artes, especialmente dos sons. Arte e ciência de combinar harmoniosamente os sons

GNR
Psicopátria
1986

"Kaiowas", do álbum "Chaos A.D.", de 1993, dos Sepultura. Ainda noutro dia tentava eu explicar ao meu pai (que, como já aqui disse, é um "classicista" radical, que o heavy-metal (o bom, pelo menos) é tão rico como a música clássica. "Kaiowas", escrito em homenagem à tribo índia com o mesmo nome que cometeu suicídio colectivo em protesto contra a destruição da Amazónia, é mais evidente prova de tal facto.

8) o seu abanar da pelvis;
9) o It's Now or Never;
10) os UB40 fazem covers de canções do Elvis.
Porquê que é tão injusto não darmos valor ao Elvis e às pérolas perdidas no meio do seu repertório, escondidas por trás da imagem foleira do gordo de poupa vestido como o José Castelo Branco para ir à feira de Carvavelos:
Fácil (e sem qualquer ordem de preferência):
1) In The Ghetto;
2) Marie's the Name (His Latest Flame);
3) The Wonder of You;
4) Heartbreak Hotel;
5) All Shook Up;
6) Hound Dog;
7) Suspicious Minds;
8) I Just Can't Help Believin'
9) Always On My Mind;
10) Jailhouse Rock.



Porquê que eu não gosto de Amy Winehouse?
Bom, a resposta não é complexa... Em abstracto, porque ninguém com menos de 40 anos, e ainda por cima branco, tem alma para cantar blues. Em concreto, porque a música que a rapariga canta não podia ser mais datada.
Das duas uma, ou a rapariga optava por recriar o magnífico repertório de blues e soul que existe para ser trabalhado, mantendo-se fiel ao original e adaptando uma estética consonante, ou então optava por uma modernização do mesmo estilo, como faz a Mísia, ou até a Mariza, com o fado ou como a malta de Seattle fez com o punk.
Agora, uma miúda armada em Pink, com um visual forinha estilo descuidado-cuidado, a cantar umas canções que não são mais do que pastiches dos clássicos, enfim, não bate a bota com a perdigota. Pelo menos alguma coisa está relacionada com outra: o nome, Winehouse (=adega).
Confesso que escrevo este post por revolta com uma notícia que vinha no "Público" de sábado, onde se dizia que a rapariga subiu ao palco a fazer jus ao nome, com uma monumental farda, e se esqueceu das letras das canções, vociferando para o microfone "fuck it, fuck it, fuck it".
É de mim, ou, para além de tudo isto, alguém não leva a sua profissão a sério e goza com o público que paga para a ver?

No seguimento da chusma de boas notícias com que me tenho deparado, tomei conhecimento hoje pelo almoço que os meus pais, de vez em quando, passam por aqui. Assim sendo, e porque o meu pai, um classicista confesso e compulsivo e o maior resistente ao rock de que há memória, é o principal responsável pela minha dedicação à música, vou deixar aqui umas linhas sobre Edvard Grieg, sobre o qual sei que partilhamos a mesma opinião.
Mais uma vez insisto que não sou grande ouvinte de música clássica, mas há uma ou duas excepções... Grieg foi um compositor romântico norueguês que criou uma das mais belas peças de todos os tempos. Falo do primeiro movimento da primeira suite de Peer Gynt, chamado Morgenstimmung, em allegro pastorale, e que representa o nascer do sol.
Existem coisas dificeis de explicar através das teclas e as sensações que o Morgenstimmung desperta são, claramente, uma delas. Quantas vezes eu me deitei no chão, pus o disco a tocar bem alto, fechei os olhos, e me senti - sem que fizesse qualquer esforço imaginativo para tal - deitado na floresta, rodeado de árvores e imerso no cheiro da natureza, ouvi os pássaros a acordar e a começar a esvoaçar à minha volta, o sol calmamente a subir ao crescendo da música e o consolidar do novo dia de Grieg. Experimentem, e vão ver que é verdade.

Não obstante, cá vai o primeiro: uma das músicas com mais onda que se fizeram ultimamente, e, porque não dizê-lo, mais sofisticadas, foi o "As", de 1999, de George Michael e Mary J. Blige. Sim, eu confesso... o George Michael, o mesmo do "Last Christmas" e "Wake Me Up Before You Go Go"...


O Álbum "Angel Dust", de 1992, para além da sua inegável qualidade musical tem uma das capas mais bonitas de que há memória. E em todos os pormenores. O tipo de letra escolhido, o degradé do azul e o líndissimo "passarão". 
E porque o tema deste espaço não deixa de ser discos perdidos – o que torna um absoluto contrasenso trazer aqui obras como o Köln Concert ou o Sketches of Spain – vou lembrar uma banda, perdida e quase esquecida, que ainda assim deixou muitas marcas, positivas e negativas: os Transvision Vamp.
Perguntava-me ontem a Ursa Teresa, com o seu chapeuzinho de flores, porquê que eu nunca me tinha lembrado de aqui falar do Júlio Iglésias. A resposta que eu lhe dei é que o Júlio Iglésias é uma personagem, para este efeito, inócua. Ou seja, não tem especiais razões, positivas ou negativas, que justifiquem uma postadela (a não ser, talvez o facto de ter sido guarda redes do Real Madrid).
Respiro fundo, fecho os olhos, ganho coragem e... avanço. Vou falar do Köln Concert. Mais uma vez, confesso que não sei ler uma nota numa pauta, pelo que a minha autoridade e legitimidade para escrever uma linha que seja sobre "o" disco é pouco mais do que um rigoroso, esclarecedor e muito redondinho zero.
Um dos grandes mistérios da história da música - que talvez só encontre paralelo na cubicagem dos implantes mamários da Samantha Fox ou na obscura razão pela qual os discos do Kenny G estão à venda na secção de Jazz da Fnac - é a carga de água pela qual um dos maiores génios criativos da música, Stevie Wonder, resolveu escrever (e não deitar fora o papel em que o fez) o "I Just Called to Say I Love You".
Lembrei-me, já não sei a que propósito, do inenarrável e muito comichoso Can-can de Offenbach, uma espécie de “Canção do Imigrante” do Dino Meira com duzentos anos de antecedência, propensa ao bailarico dos refinadíssimos cabarets parisienses e das distintas senhoras que davam vigorosos pontapés no ar, reveladores do aparato das suas frondosas saias e do mais que elas encobriam. O Can-can, foi, aliás, a verdadeira inspiração por trás do parolo “You can leave your hat on” do Joe Cocker. Isto em consideração, não posso deixar de aqui partilhar o que eu sinto em relação à falsa e promíscua ligação entre a música e o tempo. Mais do que fazer a triagem a que estava obrigado, trazendo ao de cima as coisas boas que antigamente se faziam, o tempo – por força de modas que nos são impostas – faz-nos olhar, com condescendente ternura, para canções que ao tempo delas desprezávamos, e nos faziam mudar a estação do rádio mais depressa do que os primeiros acordes da canção do Titanic. Agora, já não são pirosas, pomposamente e com ar intelectual, chamamos-lhes kitsh, como se isso nos desse autorização moral para as ouvir, dançar, e até cantarolar. Ou seja, já não são azeiteiras, mas sim regadas por um fino e distinto néctar extraído do fruto da oliveira. Já não são horríveis, mas sim canções subsumíveis a um paradigma estético que se afasta de modo significativo do ideal. Subjugados que estamos à moda dos Anos 80, vamos sendo agredidos, e gostamos, por Culture Club's e afins, e ainda por recriações pastichentas de todo o néctar de oliveira que ao tempo se fazia (com especial relevo para a reserva especial Elton John e Bee Gees), tipo Scissor Sisters. Ao contrário daquilo que lhe competia, o azeitola do tempo esqueceu-se dos Fairground Attraction, Prefab Sprout, Stranglers, Simple Minds ou dos Spandau Ballett. Vá-se lá entender…
No seguimento do post anterior. Eu sou um esteta. A beleza na espiritualidade é que me alimenta a alma. Palavras para quê... eu sei que vocês me compreendem.


Mas porque carga de água é que Enio Morricone, aclamadíssimo compositor de pérolas como Cinema Paradiso, brilhantemente re-interpretado por Charlie Haden & Pat Metheny em Beyond The Missouri Sky, sobre o qual já aqui escrevi, se lembrou de gravar um disco com... a Dulce Pontes? O que virá por aí? Keith Jarrett acompanhado à sanfona por Quim Barreiros? Jorge Palma & Mikael Carreira? Madredeus featuring Zé Cabra?
Enio Morricone & Dulce Pontes - Focus, 2004.

Miles Davis
Sketches of Spain
Columbia, 1959/60
Antes de mais, permitam-me que vá adiantando que este não é um disco perdido. Este é um dos seminais álbuns do grande mestre Miles Davis, o terceiro de uma profícua e muito reconhecida série de colaborações com o genial orquestrador Gil Evans. Foi gravado entre Novembro de 1959 e Março de 1960, e consiste, fundamentalmente, numa muito fiel re-interpretação do "Concierto de Aranjuez", de Joaquín Rodrigo, à qual acrescem uma composição de DeFalla e três originais, de inspiração flamenca, do próprio Gil Evans. É, mais uma vez, (começo a pensar que pendo sempre para aqui...) um disco marcadamente estético. Porque este fim de semana me sinto parte em Espanha, fica a recomendação.
Em que dá a mistura de uma vocalista americana de gema, um DJ russo e um DJ japonês? Resposta: muuuuuito groove.
Eh Pá! Eu nasci em 1975, e não percebo nada de música. Tenho o direito de gostar, de adorar, isto! Rock FM, Hair-Metal, Balada Heavy-Metal, o que quiserem. Gosto e pronto!
Heaven Beside You, no MTV Unplugged. Última aparição pública do Layne Staley, que nesta altura já nem cantava, sendo o Jerry Cantrell a "tomar conta das operações". Grande perda para a música.