Uma das coisas mais inteligentes que ouvi alguém dizer foi que falar mal dos outros não faz de nós melhores. Mas eu estou-me a marimbar. Há coisas de que me dá gozo falar mal. Em muito para isso contribui a indústria discográfica alemã, que nos oferece pérolas como os Scorpions ou o inefável Scooter.
Mas o melhor exemplo da criatividade alemã - onde Falco foi uma lança em África - é um duo formado em Berlim em 1983, que fez um enorme sucesso entre nós com o meloso "You're My Heart, You're My Soul". Falo dos Modern Talking. Para quem se lembra, tínhamos o moreno, que vestia fato branco sobre camisa branca ou fato preto sobre camisa preta e exibia uma longa melena com permanente e um pendente ao pescoço com o nome da namorada em brilhantes, e tínhamos o loiro, ao estilo do "Face" dos Soldados da Fortuna, cabelinho armado e camisinha dentro das calças de cintura no umbigo. Como se não fosse suficiente agressão aquele inenarrável conjunto de azeite, em perfeita sintonia, de imagem e música, conseguiram supreeender tudo e todos e alcançar um nível a que nem o Cliff Richard chegou quando, em 1986, lançam o single "Brother Louie".
É certo que todos passamos aquela fase de negação pública, eu lembro-me de ver o "Knight Rider" e o "MacGyver" às escondidas, porque era uma vergonha dizê-lo em público. E adorava o "Freedom" dos Wham!, mas cá fora só dizia que ouvia o Bryan Adams e o Bruce Springsteen, que era o que estava a dar. Agora, Modern Talking... Consciência tranquila.
2 comentários:
Eu gostava... Menos do que do Nik Kershaw, é certo. Mas gostava.
Ó Vinyl e a versão portuguesa do Brother Louie cantada pelo ainda mais azeite Luís Manuel,também nos anos 80?O
Procura no emule.O título é "Chamo-me Luís".
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