sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Excelsa Elis.


Elis Regina Carvalho Costa
17.3.1945 - 19.1.1982

Dave Matthews em Lisboa


Foi lançado em CD o magnífico concerto da Dave Matthews Band no Pavilhão Atlântico, em 25 de Maio deste ano. O press release, simpático, diz o seguinte: "Pavilion Atlantico, Lisbon, Portugal was the second European stop for Dave Matthews Band earlier this spring. DMB played their hearts out for almost three hours (longest show in 2007) to an ecstatic crowd of 18,000, most of whom were seeing their very first Dave Matthews Band show! The Lisbon show featured a very rare double encore of Gravedigger > Jimi Thing, Stay followed by Don’t Drink the Water, Pantala Naga Pampa > Rapunzel. Another highlight of the show was Tom Morello’s surprise guest appearance, a first with DMB. Morello, guitarist from Rage Against the Machine, joined DMB for #41 and American Baby Intro. The chemistry between DMB and the audience in Portugal was very apparent to those in attendance and definitely translates into the live recording. Dave praised the voracious Lisbon crowd as being “unbelievable” and “amazing…like tuning into a soccer match.”! Dave Matthews Band delivered a smashing performance in Lisbon, Portugal that deserves release as the special tenth volume Live Trax!"

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Kleine Ballenase...

"Pergunte ao seu orixá
Amor só é bom se doer."


"Canto de Ossanha", Vinicus de Morais

Disco do dia


Metallica
Master of Puppets
Elektra - 1986

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

A prática da genialidade.

Egberto Gismonti - Dança das Cabeças

Josh Rouse no Teatro Circo



Josh Rouse subiu ao palco do Teatro Circo, ontem, passava já da meia noite. Antes havia a multidão sido devidamente entediada por um duo espanhol de cujo nome não me recordo, o que, atenta a música que tocaram, é até conveniente.

O folk-rock de Rouse foi arrebatador. Canções de três minutos, sons de Dylan e Smiths tocados ao ritmo dos Ramones. A música de Josh Rouse é alegre, vibrante e dotada de um notável sentido de movimento, de uma cadência muito, muito viva. Uma banda em plena forma, tirando um prego do baixo na última canção da noite, com uma bateria marcante e um virtuoso aos comandos da electrónica. Músico, e não rockstar, Rouse toca na parte lateral do palco, espaço partilhado em igual medida por todos os músicos. Magnífico concerto, do qual saliento momentos como "Love Vibration", ou "It's the Nighttime".

(Nota: foi notada a falta de "Winter In The Hamptons").

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Em preparação...


Espírito de Ebenezer Scrooge

Estamos quase no Natal. As baixas das cidades já parecem lojas dos chineses, perdidas em luzinhas que piscam e bip-bip's electrónicos, e a azáfama dos presentes está instalada. Nada que me preocupe. Aquilo que realmente me assusta é pensar que vou ter que ouvir a tocar incessantemente, durante um mês inteiro, como todos os anos, o "All I Want For Christmas Is You", da Mariah Carey, o "Last Christmas" dos Wham! e até "Santa Baby", de Kylie Minogue.

Constatação



Em Control, de Anton Corbijn, a música dos Joy Division é tão só o melo do drama que foram as relações amorosas de Ian Curtis.

Ossos do ofício

Judas Priest - Breaking The Law

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Disco do dia

The Jesus & Mary Chain
"The Sound of Speed"
Blanco Y Negro - 1993

Where else... ?!


Au Revoir Simone
Teatro Circo, Braga
4.12.2007

Homem foguete

Escolheu David Fonseca "Rocket Man", uma cover de Elton John, como segundo single de "Dreams in Colour". Ouvi, e tirei várias conclusões:
- David Fonseca conseguiu criar um som próprio, o que não deixa de ser lisonjeiro para um músico. E quem escreveu e interpretou "The 80's", bem o merece;
- Perdidas na discografia (ignóbil) de Elton John há grandes canções pop. "Rocket Man" é uma delas, outras são, por exemplo, "Take Me To The Pilot" ou "Have Mercy On The Criminal".
- David Fonseca realiza o vídeo e revela-se, cada vez mais, multifacetado.
- O single é apresentado como "supreendente versão". Uma versão de Elton Jonh por David Fonseca não supreende ninguém. Os Silence 4 já tinham tocado "A Little Respect", dos Erasure, na mesma linha e a estética de Elton John está muito presente em toda a música de David Fonseca.
- É certo que, como disse na primeira conclusão, David Fonseca é já dono de um som claramente identificável, parece-me, contudo, que está demasiado preso e ele. Se assim continuar, arrisca-se a sofrer as mesmas consequências que os Coldplay, que depois de um brilhante primeiro álbum, só editam mais do mesmo e mais do mesmo.

Now playing...



a divina Callas.

Josh Rouse

27.11, 23h
Teatro Circo - Braga

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Equilíbrio

Por respeito à extraordinária canção, depois da guincharia de Tyler, cá está a grande Mahalia Jackson.

Improbabilidades

Steven Tyler canta Amazing Grace...
What's next?!

Disco do dia


John Coltrane
A Love Supreme
1964 - Impulse!

Porque hoje são 22.11...

"You are the most beautiful thing
I've ever seen
You shine just like sunlight rays
On a winter snow
I just had to tell you so..."


Butterfly
Lenny Kravitz
"Mama Said"
1991

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Now Playing...


Carlos Bica & Azul
"Look What They've Done To My Song"
Enja Records - 2003

Disco do dia


Rokia Traoré
Bowmboï
2004 - Nonesuch

Sublime. A mais doce voz da música africana, num álbum mais de world music e menos de música étnica.

História do Rock

Led Zeppelin - Whole Lotta Love

Música de elebaduôre

Tive um dia um jantar "bucólico" daqueles em que alguns convidados trazem outros convidados e acaba por se juntar um grupo digamos… eclético.
O ambiente era aquecido, a meias, pela lareira e pelo soul-funk de Maceo Parker. Tocava “Dial M-A-C-E-O”, de 2000, que tinha saído há dias, e rodava incessantemente entre o carro e a aparelhagem de casa. A dado momento, do disco e da noite, o funk rasgadinho de Parker acalma um pouco e toca a faixa “The Greatest Romance Ever Sold”, com a participação de Prince. Eis-nos chegados ao momento da noite, quando entre duas boçais garfadas, exclama um dos presentes, bem alto e com um notável sentido de oportunidade: “Ei ôublá, isto parece música de elebaduôre! Fuôgo!”, ao que se seguiu um censório silêncio imposto pelo bom senso dos restantes presentes.
De imediato fui incendiado, por um lado, pela imbecilidade latente daquele provável fã dos Vengaboys, por outro, por um certeiro olhar da anfitriã, que procurava assegurar a manutençã do meu silêncio e garantir que a noite não acabava com uma demonstração ao vivo do final de um concerto dos “The Who”.


Nota: lembrei-me desta história depois de ontem, numa deambulação, em apoio moral, por uma de várias lojas de roupa de senhora, ter sofrido um violentíssimo ataque aos meus tímpanos e juízo, perpetrado através do “best of” dos Vaya Com Dios.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Auto-disciplina


Stanton T50-B

Por mais que me esforce, não está nada fácil... Quando penso no negro vinil de um "A Love Supreme", a rodopiar na minha mão à procura do lado A, antes de o pousar na espuminha do gira discos, a escova de veludo azul a percorrer as finas estrias do negro círculo, a agulha a pousar no início e os primeiros estalidos do mais verdadeiro som que uma máquina pode produzir... Ainda para mais, descobri ontem, em passeio pelos antros da tecnologia digital, que custa qualquer coisa como Eur 113,00... Não está fácil... Mesmo nada fácil...

Pura estética

A obra é "Quadriglia", de N. Rota, interpretada em Palermo, em 2005. No trompete, Enrico Rava, guitarra por Nguyen Le, Salvatore Bonafede ao piano, Pietro Ciancaglini no baixo e Fabrizio Sferra na bateria.

Ícones

Saul Hudson, Slash
(n. 1965, Hampstead, Londres)





















Angus McKinnon Young
(n. 1955, Glasgow)

...

"You don't look but you kick me
You can't feel but you hit me
You can't live with the way I pray

Why do we all have to look this way?
I've got a heart, I got blood, feel pain"


Stone Temple Pilots
"Army Ants"
Purple
1994

Enrico Rava


Enrico Rava é a transposição de Miles para o jazz europeu. Seu seguidor de sempre, com a mesma coolness de Miles, grava actualmente para a ECM, de Manfred Eicher, e é autor de "Easy Living", de 2004, um dos melhores discos de jazz europeu de sempre, numa clara ascensão do liricismo latino sobre o jazz nórdico (cuja propensão para o new age, de Terje Rypdal, por exemplo, me faz alguns picos).

Chegou o dia...


Sony Music Studios, Nova Iorque, 18 de Novembro de 1993.
Momento maior.
14 anos e um dia depois, foi lançado em DVD, ao mesmo tempo, em todo o mundo.
Ansioso por reformar a velhinha cassete vhs, mal posso esperar por rever Cobain, de olhos fechados, a cantar "We passed upon the stairs, we spoke of was and when. Although I wasn't there, he said I was his friend"

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Sade

Helen Folsade Adu nasceu em 1959, na Nigéria, filha de pai africano e mãe inglesa. Da mistura genética e cultural (Sade cresceu em Londres) resultou uma daz vozes mais quentes e sensuais da música. Envolvente, apaziguadora e, acima de tudo, muito cool.

Descobri Sade com "Smooth Operator", que fazia parte de uma das compilações - estilo Jackpot ou Polystar - que eu, em meados dos anos 80, recebia de presente no Natal . Perdida algures entre "Take Me Up" dos Scotch e "Lavender" dos Marillion, lá estava o single que deu a conhecer este portento ao mundo. Na altura, aos 10/12 anos, eu andava mais virado para os Queen e para Bruce, o "Boss", e avançava furiosamente a cassete quando esta chegava à canção de Sade, com quase tanta convicção como o fazia quando chegava ao inenarrável "Vladimir Ilitch", de Michel Sardou.

Anos mais tarde vim a descobrir "No Ordinary Love", belíssima canção, inebriante para além de todos os adjectivos já supra reportados à magnífica Sade. Daqui parti para descobrir o resto da sua obra , incluindo "Smooth Operator", a quem até já desculpo o sax alto foleirinho. Muito recomendável.

Nota: recomendo um lugarzinho na prateleira ao lado de Barry White e Marvin Gaye como banda sonora de um jantarinho especial.

Janis

"I met a girl who sang the blues and I asked her for some happy news, but she just smiled and turned away..."
Don McLean
"American Pie"


Janis Joplin
1943 - 1970

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Stevie Ray Vaughan - Pride and Joy

Para um fim de semana com o pedal todo...

Disco do dia


The Waterboys
"This Is The Sea"
Chrysalis - 1985

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Disco do dia


Oasis
(What's The Story) Morning Glory
1995 - Epic

Não só, mas também por do seu alinhamento constar "Roll with it", um britpop rasgadinho que em quatro minutos concentra e resume todo o espírito da música britânica dos anos 90.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Ambígua Estética

Vanessa Paradis - Sunday Mondays

Disco do dia


Pulp
Different Class
1995 - Island

O Trovador

"Have I told you lately that I love you
Have I told you there's no-one else above you
Fill my heart with gladness
Take away my sadness
Ease my troubles, that's what you do."

"Have I Told You Lately"
Van Morrison
"Avalon Sunset"
1989

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Babyshambles - Delivery

Nota de Vinyl: Qualquer semelhança com "You Really Got Me", dos The Kinks, é pura coincidência...

História da música


Fender Mustang
1976

O plástico e o éter


Com o ocaso anunciado do compact-disc, os consumidores de música estão em divergir em duas direcções: por um lado, a grande massa ouvinte que, convertida e agradecida, segue o fenómeno mp3, up's e downloads, e adere à febre do ipod, congratulando-se com a perda do suporte físico que, afinal, só servia para ocupar espaço lá em casa; por outro lado, os melómanos audiófilos, para quem a capa do "A Love Supreme" pendurada na parede é a mais importante peça de decoração da casa e teme pela perda das capas dos discos, dos booklets, de algo para ter na mão enquanto se ouve a música.

Este fim de semana, enquanto fazia turismo na minha própria cidade, descobri que as lojas de discos em vinil estão a aparecer como cogumelos. Tive na mão o "Kind of Blue", do Miles, e "Sabbath Bloody Sabbath" e "Vol.4", dos Black Sabbath, vi o "Never The Bollocks, Here's The Sex Pistols" numa prateleira, e na montra uma compilação de blues cantados pela grande Nina Simone. E não eram discos antigos, recuperados de uma qualquer colecção abandonada (o que até lhes dava algum misticismo...) eram cópias novinhas, a pedir por tudo para serem tocadas, olhadas, disfrutadas em pleno...

O Vinil está a regressar em grande, e o mercado está já muito à frente. Os discos andam entre os 10 e os 20 Euros. Este gira-discos é um Michell-Engineering, chama-se Odyssey e custa Eur 3.000,00...

Livro do dia



"Now and Then"

The poems of Gil Scott-Heron

Disco do dia



U2
The Joshua's Tree
1987 - Island

"Boy", "War" e "The Unforgettable Fire" eram já grandes discos, mas o breakthrough dos U2 foi dado com "The Joshua's Tree", editado em Portugal como "A Árvore de Joshua" e com os títulos das canções traduzidos para português (!). É um concentrado de super canções: desde "Where The Streets Have No Name" até "I Still Haven't Found What I'm Looking For", passando por "With Or Without You", e faz parte da discografia básica do pop/rock.
Hoje em dia, os U2 estão a perder a dimensão que criaram, estão a ser um pouco apagados pelo tempo. A seguir a "Joshua's Tree" tiveram mais um momento de inspiração com "Achtung Baby", de 1991, e fora esse... Isto para concluir que a banda que de há uns anos para cá tem sido olhada como aquela que vai conquistar um lugar na história ao nível dos Beatles ou dos Rolling Stones não tem feito muito por isso. Basta ouvir "All That You Can't Leave Behind" ou "How To Dismantle An Atomic Bomb"...
Agora, "The Joshua's Tree" é um disco maior.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Uns tomatinhos até iam...

Em 2002, no Festival da Ilha do Ermal, os Nickelback, subiram ao palco e começaram por ser ignorados pelos festivaleiros que em frente a eles estavam sentados. Começaram a tocar e resolveram os tais festivaleiros enxotá-los do palco com pedras, com resultado, tendo a banda saído para não mais voltar.
Três conclusões se tiram de tal incidente:
1.ª - Pôr os Nickelback no cartaz do Festival da Ilha do Ermal é mais ou menos a mesma coisa que por os Scorpions (argh!) em Paredes de Coura ou até os Gispsy Kings (argh, argh!) no Festival de Músicas do Mundo de Sines;
2.ª - Apedrejar uma banda, seja ela qual for, é absolutamente inadmissível e configurável apenas nos broncos que vão aos festivais de verão só para fumar uns cacetes (e que felizmente não são a maioria) enquanto há uns gajos em cima do palco a tocar umas músicas;
3.ª - Sem esquecer tudo o que está para trás, ouvindo o último single dos Nickelback, "Rockstar", com um sonzinho foleiro de rock fm de pacote, a grotesca voz do vocalista, e atentando na surreal letra, uns tomatinhos na tromba deles eram muito bem aplicados...

Disco do dia

Para disco do dia, aquele que em vinyl foi a banda sonora da minha adolescência e em cd tem lugar cativo na minha colecção. A demonstração de como da mais pura simplicidade se faz uma música cheia de vida, dinâmica e contagiante.
De "It's Alive" diz o allmusic: "One of the greatest live albums of all time, It's Alive captures the Ramones at their absolute peak. Recorded at London's Rainbow Theater on New Year's Eve 1977, the album contains 28 songs (every one a classic) (...) performed at breakneck speed in under an hour..."

The Ramones

It's Alive

Sire - 1979

A ver


Control
Anton Corbijn - 2007

Biopic de Ian Curtis (1956-1980), vocalista dos Joy Division. Uma coisa é certa, a banda sonora é, com toda a certeza, boa. A minha expectativa é grande. Curtis é uma espécie de Van Gogh dos tempos modernos, morreu sem saber a dimensão da sua responsabilidade pela "domesticação" do punk, pelo transporte, com uma estética inatacável, para o mainstream mais pop do espírito dos Clash e dos Sex Pistols.
Mais reforçada fica a expectativa por o filme ser realizado por Anton Corbijn, holandês, fotógrafo, autor de vídeos como "Personal Jesus" dos Depeche Mode ou "Heart Shaped Box" dos Nirvana, ambos intencionalmente perturbadores. (Corbijn tem o curriculum apenas manchado pelo vasto trabalho realizado com os Roxette, o que sempre poderá ser olhado como não mais do que mero labor...).

80's @ Trinateum

Este Sábado, no 31, a ratio de pessoas por metro quadrado ultrapassava em muito o limite do aceitável. Grande parte da explicação passa pela DJ, que vinha há algumas semanas a lançar o repto de uma noite 100% 80's. O sucesso foi completo. Não só pela qualidade das escolhas que passaram, mas porque a DJ mostrou a diferença que existe entre o que é ser DJ e o que é ser um mero "troca-discos". Entrei ao som de "Take On Me", dos A-ha, e ao longo do tempo em que consegui aguentar a mole humana ouvi pérolas como os Orchestral Manoeuvres in the Dark, as Bangles ou os obrigatórios Depeche Mode.
Enquanto esperava na fila para pagar, comentavam entre si os meus "vizinhos" da frente, casal na casa dos 40's: "Há muitos anos que saio à noite e nunca tinha estado num sítio com a música tão boa."
É verdade que nunca fui muito receptivo à música que se fazia nos anos 80, aos sintetizadores e drum machines, e sempre temi o momento em que ela começasse a ser repristinada. Mas só me torci uma vez... Whitney Houston?! Não havia necessidade...
Pela minha parte, venha a próxima.

sábado, 10 de novembro de 2007

Há coisas fantásticas, não há?


The Beavis and Butt-Head Experience
Geffen - 1993

1. I Hate Myself and Want to Die - Nirvana
2. Looking Down the Barrel of a Gun - Anthrax
3. Come to Butt-Head
4. 99 Ways to Die - Megadeth
5. Bounce - Run-D.M.C.
6. Deuces Are Wild - Aerosmith
7. I Am Hell - White Zombie
8. Peotry and Prose - Primus
9. Monsta Mack - Sir Mix-A-Lot,
10. Search and Destroy - Red Hot Chili Peppers
11. Mental *@%#! - Jackyl
12. I Got You Babe/Come to Butt-Head Reprise - Beavis & Butt-Head, Cher

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

...dia das versões.



A 24 de Janeiro de 2003 os Red Hot Chili Peppers tocaram no Pavilhão Atlântico, na digressão de promoção do então lançado “By The Way”. Resumindo o concerto em meia dúzia de palavras, foram duas horas seguidinhas em completa euforia, no palco e fora dele, com os saltos do público marcados pelo ritmo frenético do baixo de Flea.


Eu não estava propriamente a pensar nisso, mas sabia que os RHCP haviam gravado uma versão muito bem conseguida do “Seek and Destroy”, dos Stooges, editado na compilação “The Beavis and Butthead Experience”, de 1993, que guardo religiosamente na minha colecção (alguém me lembre de, um dia destes, falar aqui da poderosíssima canção "Mental Masturbation", dos Jackyl, presente no mesmo alinhamento).

Eis senão quando, sem qualquer aviso prévio, comecei a ouvir “I’m a street walking cheetah with a heart full of napalm, I’m a runaway son of the nuclear a-bomb, I am a worlds forgotten boy, the one who searches and destroys...”


Pinchei, impulsionado pela mola da surpresa, e berrei, gutural, do alto do meu metro e 91, como uma histérica adolescente a ver o Justin Timberlake. Extasiado, saltei e cantei, incessantemente o mais alto que pude durante três minutos e constatei que esta é daquelas letras que, sem dar por ela, sei de cor do princípio ao fim.



Sabbath pelos Guns n' Roses

idem, idem, aspas, aspas.

Sabbath pelos Cardigans

Não há banda mais transversal do que os Black Sabbath, citados como referência por bandas que vão dos Ministry ou Nine Inch Nails até aos Cardigans (que fizeram já 4 ou 5 covers). Aqui fica "Changes" do álbum "Vol.4", pelos Cardigans (e viva o Youtube!!!)

Genes

Obrigado Bordello, por partilhares algo que eu não tive a oportunidade de ouvir, e que quanto mais ouço mais pena tenho de não ter lá estado...

Phronesis

Phronesis é a virtude da sabedoria e aptidão para a sua aplicação prática na Retórica, de Aristóteles.
Na música, Phronesis é Pat Metheny.
(Pat Metheny - Last Train Home)

Iron Maiden - Bring Your Daughter To The Slaughter

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Leitmotiv

Disco & mood do dia
"The road is long
With many a winding turn
That leads us to who knows where
Who knows when
But I'm strong
Strong enough to carry him
He ain't heavy, he's my brother."
The Housemartins
"He ain't heavy, he's my brother"

The Housemartins
"Now that's what I call quite good"
1988 - Go! Discs

Phrenós

"Paranoia will write this world prayer
Make sure that you fit in the right holes"



"Haven't You Heard"
Jeff Buckley



Guimarães Jazz

Excelente, o cartaz do Festival Guimarães Jazz.
De 8 a 17 de Novembro no Centro Cultural de Vila Flor.
A saber:

Quinta-feira, 08 de Novembro – 22h00
Pharoah Sanders Quartet

Sexta-feira, 09 de Novembro - 22h00
Ravi Coltrane Quartet

Sábado, 10 de Novembro - 22h00
Jan Garbarek Group

Quarta-feira, 14 de Novembro - 22h00
Orrin Evans Quintet

Quinta-feira, 15 de Novembro – 22h00
The John Scofield Trio plus Horns “This meets That”

Sexta-feira, 16 de Novembro – 18h00
Big Band ESMAE conduzida por Orrin Evans

Sexta-feira, 16 de Novembro - 22h00
Ahmad Jamal

Sábado, 17 de Novembro – 18h00
Matt Renzi, Jacob Sacks, Bernardo Moreira e André Sousa Machado Projecto TOAP/Guimarães Jazz

Sábado, 17 de Novembro - 22h00
Charles Tolliver Big Band

E ainda,
08, 09 e 10 de Novembro - 24H00
Jam Sessions
Orrin Evans, Darryl Hall, Stacy Dillard, Alex Sipiagin, Donald Edwards
Café Concerto

15, 16 e 17 de Novembro - 24H00
Jam Sessions
Orrin Evans, Darryl Hall, Stacy Dillard, Alex Sipiagin, Donald Edwards
Associação Cultural Convívio

12, 13, 15 e 16 de Novembro – Das 14h30 às 17h30
Oficinas de Jazz
Centro Cultural Vila Flor

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Seca de Outono

Ao que parece, foi lançado um novo disco dos “Eagles”, os responsáveis por “Hotel California”, canção que ocupa um honroso segundo lugar, ex aequo com “Wish You Were Here”, dos Pink Floyd, e logo a seguir ao inultrapassável primeiro “I’m Not in Love” dos 10CC, no top das músicas mais chatas de sempre. Pela amostra, que roda já pelas rádios, lutam pelo primeiro posto. Haja cera nos ouvidos.

Nota: "There Goes The Neighborhood", de Joe Walsh, guitarrista dos Eagles, editado em 1981, é um excelente disco e a prova de que a culpa da grande seca que é a música dos Eagles não é de Walsh. Ainda o tenho, em Vinyl, e um dia destes falarei dele.

Discos Perdidos ao Quadrado

E foi ontem, pelas 17h20, em directo no Porto Canal. Os Discos Perdidos foram aos Discos Perdidos. Tal como o convite o havia sido, também a conversa foi muito simpática. Ainda para mais, ao som de "Grace", de Jeff Buckley, que tocou durante todo o programa. Os anfitriões foram óptimos, como aliás era de esperar. Conforme prometido, cá está a fotografia deles no blog. Para terminar em beleza, ofereceram-me John Legend, com "Save Room". Renovando o agradecimento pelo convite e pela enorme simpatia com que fui recebido, cá vai um disco perdido, dos Discos Perdidos para os Discos Perdidos: http://www.youtube.com/watch?v=V6GXV0FNEeI.

Disco do dia



Maria João & Mário Laginha

Cor

1998 - Polygram

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Dinastia Shankar



Ravi Shankar, nascido na India em 1920, mestre da sítara e guru, entre outros, de George Harrisson (foi o responsável pelas divagações orientais que tão bem ficaram no "Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band"), teve, entre outras, duas filhas famosas, cada uma delas educada de acordo com a cultura da respectiva mãe.





Anoushka Shankar, nascida em Londres, em 1981, formada pelo seu pai com quem tocou sítara desde cedo, já com cinco discos de originais editados, o primeiro aos 17 anos e o último este ano.











Norah Jones, nascida em 1979, em Nova Iorque, com nome mais do que feito na prateleira do "adult contemporary", no seguimento do caminha aberto por Diana Krall e trilhado, entre outros por Jamie Cullum ou Katie Melua.



Disco do dia

Hole
Live Trough This
1994 - Geffen

The Sisters of Mercy - More

Fiéis seguidores dos Bauhaus, de Peter Murphy, e com um nome que foram buscar a Leonard Cohen, os "Sisters of Mercy" lançaram, em 1990, "More".
Produzido por Jim Steinman (o culpado da existência de Meatloaf, o que não é muito abonatório) "More" é dramático, poderoso e arrebatador. Vale a pena recordar.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Consta...


...que na edição de amanhã dos "Discos Perdidos", no Porto Canal, pelas 17h, vai tocar Jeff Buckley.
Nos dez anos da morte daquele a quem chamaram "Edith Piaf with a penis", todas as homenagens pecam por curtas.

Incongruências

Casa da Música, 1.11.2007, 22h.
Seu Jorge entra em palco, sem precisar de produzir um som que fosse para ter a plateia a seus pés. Quando quis, de facto, tocar algo, a guitarra não tinha som... Demorou cerca de 10 minutos, enquanto Jorge enchia chouriços ao microfone, para o problema ser resolvido. Ao longo do concerto confirmei a suspeita: o engenheiro de som deve ter tido folga, enquanto quem lá estava ia girando botões, em pleno concerto, à procura de um som minimamente aceitável (chegou ia a 4.ª ou 5.ª canção a meio...)
Começou com as inevitáveis canções de Bowie, de "The Life Aquatic Sessions With Steve Zissou", "bôuí" como Jorge lhe chamou, para depois entrar no novo trabalho - estribado na fusão de ritmos brasileiros com a música do sul dos Estados Unidos, enxertando harmónicas, teclados e um cavaquinho (!) a fazer de banjo, invertendo a lógica de Stan Getz e Coleman Hawkins na descoberta da bossanova - passando pelo obrigatório samba, com a plateia em pé a dançar.
Seu Jorge esteve muito bem, a banda era fraquinha.
Estranho foi ouvir as habituais canções "de esquerda" cantada por quem vestia, impecável, camisa de cetim e sapatos de verniz.
No global, valeu bem a pena.

"Se eu pudesse tocar meu destino
Hoje eu seria alguém
Seria um intelectual
Mas como não tive chance de ter estudado em colégio legal
Muitos me chamam de pivete
Mas poucos me deram um apoio moral
Se eu pudesse eu não seria um problema social"

domingo, 4 de novembro de 2007

Pathos

"But how can I explain personal pain?
How can I explain personal pain?
How can I explain my voice is in vain?"



"Gimme The Car"
Gordon Gano
The Violent Femmes
"Add It Up (1981-1993"

A Nouvelle-Vaguização

É um facto inegável que desde 24 de Setembro de 1991, data em que foi lançado "Nevermind", que nada de novo se faz na música. O que não quer dizer que há 16 anos que não se faz música de qualidade. O que não se faz é qualquer coisa que não seja uma reciclagem do que já existia. O fabuloso Ben Harper é um Marvin Gaye dos tempos modernos, os White Stripes são uns Zeppelin-Clash hodiernos e a Diana Krall uma Carmen McRae, e por aí fora.
Entre todas as recriações, umas mais evidentes e assumidas, outras dissimuladas ou menos presentes, surgiram os Nouvelle Vague.
Os Nouvelle Vague são um colectivo francês que re-interpreta em ambiente bossanova uma diversidade de canções do imaginário pop-rock, numa estética muito bem conseguida. Dos Stones a Billy Idol, passando por U2 e Blondie, tudo é recriado em lounge, mas bem.
Como é hábito, todo e qualquer sucesso na música dá azo ao aparecimento dos copycat's, ou em bom português, macaquinhos de imitação. Desde Petra Magoni, que também o faz bem, até às compilações alemãs "Jazz & the 80´s", "Jazz & the 90's" e "Jazz & the 00's". Até já ouvi, em português, uma recriação de "Asas" dos GNR em bossanova... O que é demais, cansa um bocadinho.
Entretanto, esta euforia de recriação lounge fez-me lembrar o caricato e burlesco "Mike Flower Pops", que havia já feito, em tom de brincadeira, a recriação de "Wonderwall" e "Light My Fire", menos sério, mas igualmente válido.

Mariza & Amália


Duas notas prévias: Em primeiro lugar, e conforme já aqui amiúde o disse, não gosto de fado. Em segundo lugar, o fado não é genuinamente português, sendo um cruzamento de influências do norte de África, e cultura muçulmana por cá deixada, com laivos de música da andaluzia. Logo, o fado não é a música étnica portuguesa por excelência, lugar que está reservado aos inenarráveis ranchos folclóricos que, esses sim, interpretam canções geneticamente reportadas ao povo das mais recônditas aldeias do interior. Quando muito, o fado é a expressão musical do bas-fond da baixa lisboeta dos anos 30 até 1974.


Isto em consideração, passemos ao cerne do tema proposto. Mariza é um portento, um talento inigualável que conjuga uma imagem extremamente bem conseguida com um fraseado notável e uma interpetação cheia, inebriante. Como era expectável, a sua presença no show de David Letterman foi de ir às lágrimas (literalmente, no caso do próprio Letterman), intuito conseguido com uma perfeitíssima interpretação de "Ó gente da minha terra". O que Mariza tem feito já ultrapassou em muito os meros prémios, que entretanto não cessam de chegar. Na sua esgotadíssima digressão norte-americana teve o seu palco do concerto no "Disney Concert Hall" desenhado por Frank Gehry, que para tal criou a "Mariza's Tavern", recriando as velhinhas tabernas de Alfama onde o fado se fez fado. Mariza, mais do que o fado, tem um lugar cativo - e premiado - na cena world music, sendo um valor pacífico neste concreto segmento, o mais puro e verdadeiro de todos. O fado, por si só e pelas razões que supra expendi, não teria.


Inevitável e sempre presente é a comparação com Amália. Ora, há um mundo de diferenças. Lugar comum é dizer-se que Amália levou o fado aos quatro cantos do mundo. É uma meia verdade. Ao tempo em que cantava Amália - e, note-se, muito bem cantava - a música portuguesa era, tão só e apenas, o fado. Os cantautores (Zeca, Sérgio Godinho e quejandos) viriam mais tarde e a música popular ligeira portuguesa viria muito mais tarde. Amália encheu Olympia's e outros que tais, noites sem conta, de portugueses. As largas comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo tinham no fado, do qual era Amália a mais visível face, o único ponto de ligação com a terra. Assim se compreende que todo e qualquer concerto de Amália, fosse um acontecimento, para além de musical, cívico e etnológico.


A distância temporal que separa as duas não permite uma justa comparação, nem ela tem que ser feita, o que, aliás seria a melhor solução. Mas o que também não pode permitir é a ostensiva e reiterada subjugação de Mariza ao facto de ter surgido depois do apogeu de Amália - a quem haverá sempre que reconhecer inolvidável e basilar contributo na estatuição da dimensão nacional do fado - como se de uma mera seguidora se tratasse. Fica a esperança de que Mariza faça pela implantação internacional do fado o mesmo que Amália fez a nível nacional. Amália levou o fado para além das tascas de Alfama, Mariza assumiu o ónus de o levar para além de Portugal. Até ver, muito além das expectativas.