Há um senhor nascido no Texas, chamado Marvin Lee Aday, que no mundo da música é conhecido por Rolo de Carne. Meatloaf, na língua dele. Meatloaf tem um lugar na minha galeria dos esqueletos no armário. É certo que a sua música roça a pimpineira, mas o grande culpado é o Jim Steinman, o compositor por trás dos sucessos de Meatloaf, culpa que aliás é amplamente provada pelos desgraçados trabalhos a solo de Steinman.
Mas Meatloaf tem virtudes. A maior delas, é a sua força interpretativa, o seu fraseado sem um pontinho que seja fora do sítio e a forma como confere movimento e propositada teatralidade às canções que canta. Meatloaf é uma personagem criada por ele próprio. Teatral, como disse há pouco, muito enérgico e formando uma rara unidade com a sua música. Basta ver o vídeo da canção que dá título ao "Bat out Of Hell" ou o "Paradise By The Dashboard Light", com um dueto muito bem conseguido com Ellen Foley (que não é quem aparece no teledisco, qual Milli Vanilli), e até o inenarrável "I'd Do Anything For Love (But I Won't Do That)", dueto com Ms. Loud que muito rodou na MTV em 1993.
Quer se queira, quer não, “Bat Out of Hell”, de 1977, é um dos discos da história do rock. A Valentim de Carvalho, quando lançou a promoção "Obrigatório - Discografia Básica", considerava-o, aliás, o meu exemplar ainda tem o autocolante vermelho que o diz. Melodramático quanto baste, muito ao estilo ópera rock (haviam já passado 8 anos desde o lançamento de "Tommy", dos The Who, que abriram o caminho) e assumidamente ligeirinho e descomprometido, assumindo o kitsch como intencional.
Outra das características de Meatloaf é o facto de ser o autor dos títulos mais estúpidos, mas mesmo, mesmo estúpidos, que existem para canções. Por causa da temperatura de hoje, lembrei-me do “Out Of The Frying Pan (and Into The Fire)”. Mas há mais: o já referido "Paradise By The Dashboard Light", e no verdadeiro tiro no pé (e nas orelhas de quem o ouve) que foi “Bat Out Of Hell II: Back Into Hell”, um dos discos mais ridículos de que há memória, há pérolas da criatividade tais como: “Life Is A Lemon And I Want My Money Back” ou “Objects In The Rearview Mirror May Appear Closer Than They Are”.
Outra das características de Meatloaf é o facto de ser o autor dos títulos mais estúpidos, mas mesmo, mesmo estúpidos, que existem para canções. Por causa da temperatura de hoje, lembrei-me do “Out Of The Frying Pan (and Into The Fire)”. Mas há mais: o já referido "Paradise By The Dashboard Light", e no verdadeiro tiro no pé (e nas orelhas de quem o ouve) que foi “Bat Out Of Hell II: Back Into Hell”, um dos discos mais ridículos de que há memória, há pérolas da criatividade tais como: “Life Is A Lemon And I Want My Money Back” ou “Objects In The Rearview Mirror May Appear Closer Than They Are”.
Uma sugestão ao Sr. Rolo de Carne, para uma eventual crise de inspiração: “I am Blue and Eat Potatoes”, “My Washing Machine is Broken and Africa is large and hot” ou até “I Shot My Father With a Cucomber And My Feet Smell Like Cheese”
2 comentários:
Eu, pecadora, me confesso: adorei "I'd Do Anything For Love (But I Won't Do That)", cantei, dancei, gritei e vi todas as vezes que passava na TV...
Concordo com a crítica. Se não estou enganado, Bat Out of Hell vendeu 20 milhões de exemplares, o que prova ser a tal página na história do rock. Na minha extensa colecção confesso também possuir um exemplar ;-)
Faltou dizer que a popularidade de Meatloaf se deve à sua presença no kitchíssimo filme Rocky Horror Picture Show de 1975.
Enviar um comentário