sexta-feira, 29 de junho de 2007

E cá está...

No seguimento do post anterior, aqui está o videoclip de "Money", da banda sonora do "Backbeat".

Backbeat



"Backbeat" é um filme de Ian Softley, de 1994, e conta a história de Stuart Sutcliffe, conhecido como o Lost Beatle. Sutcliffe foi o baixista original dos Beatles, e abandonou a banda antes ainda da sua eclosão. Todavia, parece-me que a história de Sutcliffe é, no filme, pouco mais do que um pretexto para trazer para o grande ecrã a louca movida do início dos 60's, quando os Beatles animavam festas com covers dos grandes clássicos como "Good Golly Miss Molly" ou "C'mon Everybody". Como se a mera perspectiva de desenterrar uma parte tão seminal na história da música não fosse suficiente para justificar, e muito, ver o filme, a banda sonora é fabulosa. São grandes clássicos do rock, interpretados por uma "superbanda" integrada por: Greg Dulli (Afghan Whigs), Mike Mills (R.E.M.), Dave Grohl (Nirvana e Foo Fighters), Thurston Moore (Sonic Youth) e David Pirner (Soul Asylum), tudo isto temperado com a produção de Don Fleming (Was Not Was). Highly recommended (tanto o filme como a banda sonora).

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Mais um clássico: Steve Miller - The Joker

Trabalhadores do Comércio

Ao piano, Mário Laginha... Uma preciosidade!

Desenterrando discos perdidos

Conforme o título do blog promete, há que desenterrar discos perdidos. "Runaway", de Del Shannon (de 1961 e não 1965 como, por lapso aparece no vídeo infra), é puro rock. Foi de canções como esta que nasceu a música que hoje em dia se ouve. Foi um enorme sucesso na altura do seu lançamento e foi redescoberto em finais dos anos 80 quando foi usado como tema do genérico da série policial que por cá passou sob o nome "Crónica do Crime". Ao contrário da grande maioria do rock seu contemporâneo, esta canção tem imenso sumo, tem uma fantástica ligação, de perfeita sintonia, entre a letra e a interpretação, tem muito movimento e um solo fabuloso. Adorei redescobri-la.
http://www.youtube.com/watch?v=G9rC15lhsvs

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Grandes, Enormes... Muppets

Everywhere is all around

Portugal - Ornatos Violeta
Espanha - Heroes del Silencio
França - Edith Piaf
Inglaterra - Happy Mondays
Irlanda - Therapy?
Islândia - Björk
Suécia - Cardigans
Dinamarca - D.A.D.
Austrália - AC/DC
Paquistão - Nusrat Fateh Ali Khan
Brasil - Vinicus de Moraes
Argentina - Astor Piazzola
Cuba - Ibrahim Ferrer
Grécia - Savina Yannatou
Índia - Anoushka Shankar
Holanda - Anouk
Bélgica - K's Choice
Japão - DJ Krush
Cabo Verde - Cesária Évora
África do Sul - Dave Matthews
E viagem seguirá...

As promised...

A minha mais assídua comentadora, levantou-me um sério problema. E isto porquê? Perguntarão vocês... Pois, porque resolveu colocar um post no seu excelente blog a que chamou "Tribute to Vinyl", ao qual juntou um vídeo do "Vincent" do Don McLean. Das três uma, ou se referia ao vinil dos discos antigos, de 33 e 45rpm, ou pensava noutro vinyl qualquer, ou então... acha mesmo que um blog com uma semana merece um "tribute"... Bom... desde que há bandas que ao fim do 2.º álbum já lançam um "Best of", estou por tudo. De todo o modo, o seu post é tão imerecido como agradecido. Só é chato para o boneco, que constata que, afinal, não tem o exclusivo da leitura do meu espacito virtual.
Prometi à minha cara leitora uma resposta, senão ao nível, pelo menos a um que seja aceitável. Como diriam os Xutos & Pontapés, "Rebentei com três radares, dei cabo da tolerância...", e ainda queimei três neurónios, dois fusíveis e o jantar. Nada feito.
Depois de remoer por completo o meu disco rígido intra-craneano, que sofre de problemas relacionados com um certo vácuo, optei por uma táctica inovadora. O efeito surpresa.
Minha cara amiga, aceite esta simpática recordação, com a devida vénia...

http://www.youtube.com/watch?v=vc4sL3wsYSY

terça-feira, 26 de junho de 2007

Revelações & Promessas

  • Quando era pequenino, acordava bem cedo na passagem de ano para ver o "Sequim d'Ouro";
  • A primeira vez que me interroguei, e reflecti, sobre o sentido da vida, sobre o porquê do princípio e do fim, teria eu 11 ou 12 anos, foi ao ouvir o "Brothers in arms", do disco "Brothers in arms" (que hoje em dia me interessa tanto como a Odete Santos em bikini), dos Dire Straits, deitado no chão de casa dos meus pais, de olhos fechados e com os headphones nos ouvidos.
  • Um dia vou escrever aqui sobre a Sagração da Primavera, do Stravinsky, e sobre o 1812, do Tchaikovsky. Sim, eu já disse que não gosto de música clássica, mas estas peças têm, cada uma delas, particulares características que merecem ser tratadas.
  • Um dia vou escrever também sobre o "American Pie", do Don McLean, mas para isso vou precisar de muito, mas muito tempo. Um teaser: quando ele diz "I saw satan laughing with delight", McLean refere-se a Mick Jagger, quando canta "I met a girl who sang the blues and I asked for some happy news, she just smiled and turned away", fala de Janis Joplin e da sua morte.

Momentos de Vida em esplendor...

Chegar a casa depois de um dia inteiro fora, a casa vazia, em silêncio. Manter a televisão desligada, sentar-me em frente aos meus cd's (que estão todos no chão), de perninhas à chinês, olhar para eles, pegar no "Sketches For My Sweetheart The Drunk", do Jeff Buckley, pôr na aparelhagem, pôr o som bem alto e avançar até ao "Morning Theft". Sento-me no sofá, deito-me para trás e fecho os olhos. Sinto borboletas na barriga, o corpo a levitar. Sinto-me dentro da música e o Jeff a cantar-me ao ouvido. Sinto a música tal como ele, vibro com cada subida, sinto cada palavra...


Für Sie meine kleine ballenase, von Scuba Steve ;--)

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Sex Symbol


Antecipando um momento zen...


Pat Metheny & Brad Mehldau

Quartet (com Larry Grenadier e Jeff Ballard)

Coliseu do Porto

7 de Julho de 2007

21h30



GAQTCD - Grupo de Apoio a Quem Tolera Céline Dion

Vá lá minha amiga, acredite que é possível. O nosso slogan: "Deixe de ouvir a Céline Dion, pergunte-me como". Não se massacre mais, olhe que a vida vale a pena, não se castigue. Vamos lá começar.

Lição n.º 1: http://www.youtube.com/watch?v=tPhXY3l8_Xk

Lição n.º 2: http://www.youtube.com/watch?v=6EZ9h9gZ0wA

Lição n.º 3: http://www.youtube.com/watch?v=-7JVxE2SYxo

Lição n.º 4: http://www.youtube.com/watch?v=dBJnoMP1Uyc

Lição n.º 5: http://www.youtube.com/watch?v=NCOuyu226Jg

E qualquer dia, ainda chegará aqui: http://www.youtube.com/watch?v=AGY_kacIIgc

Now playing...

No leitor de CD do meu computador do escritório, para começar bem a semana:



The Jamie Saft Trio

Trouble: The Jamie Saft Trio Plays Bob Dylan

Tzadik - 2006

Fabuloso disco, com a participação do grande Mike Patton, que faz a voz na empolgante "Ballad of a Thin Man" e do andrógino Anthony, dos "Anthony & The Johnsons", que canta em "Living the Blues".

Cá vai a minha troca de e-mails com o Jamie Saft, quando cá veio tocar, em Março deste ano:

Thanks so much Pedro- we are very much looking forward to playing in braga- i love playing in portugal and the band is sounding amaziny- it will be the last gig of a verz succesfull tour, so it should be fun. look forward to seeing you there- best- saft
-----Original Message----->From: ................................>>Sent: Mar 20, 2007 8:20 PM>To:
assmaster@jamiesaft.com>Subject: Braga, Portugal>>Dear Jamie,>> >>I recently got to know your music when I bought your new album, >"Trouble", by advice of my music store.>>Although I don't usually listen to Dylan, I found "Trouble" absolutely >amazing, and have been listening to it almost everyday for the last two >months.>>I am really looking forward to your concert next Friday, in Braga, >Portugal.>> >>Best regards.

Ilógico.

Premissa 1: O hip-hop é uma música de negros.
Premissa 2: Em Portugal, o hip-hop é uma música do sul.
Conclusão: A melhor banda de hip-hop portuguesa são os Mind Da Gap, brancos do Porto.

A divagar se vai ao longe...

À saída do Whisky Bar, onde foram parar por impulso ao ouvir o "Alabama Song", composta pelo Berthold Brecht e interpretada pelos Doors, ele disse, embalado por George Michael, “You’re just too funky for me, I gotta get inside”, ele regressou, e ela ficou cá fora. Ouviu-se, então, os Cars: “Who’s gonna drive you home, tonight?”. Logo se perfilaram os candidatos. “Get outta my dreams, get into my car”, cantava Billy Ocean. Logo lhe respondiam os fantásticos Transvision Vamp, da lindíssima Wendy James: “… you drive a Mercedes, but you still ain’t paid the ladies…”. Com graça, cantavam os Queen, como se na bicicleta houvesse lugar para dois, “I want to ride my bycicle, I want to ride my bike…”. Enquanto os Fabulous Thunderbirds esperavam que ela neles reparasse, Buddy Guy lançava um fortíssimo “Mustang Sally”. Dionne Warwick, com um indisfarçável sorriso ia murmurando “Walk On By”. Bruce Springsteen prometia um “Cadillac Ranch”. A extraordinária Janis Joplin estava indiferente, encostada ao seu “Mercedes-Benz” enquanto ia discutindo uns blues com Prince, que estava ao lado, sentado ao volante do seu “Little Red Corvette“. Pois, certo, certo é que, não obstante os Red Hot Chilli Peppers a convidassem para uma voltinha na “Love Rollercoaster”, ela voou para longe ao som de “Leaving on a Jet Plane”, de Peter, Paul & Mary. Surpreso, ele saíu do bar e, ao constatar a falta dela, cantou: "Candy, candy, candy, I can't let you go..."

domingo, 24 de junho de 2007

Fait Divers

Mais dois fait divers (ou como diria esse ícone da cultura televisiva do século XXI que é o Telmo do Big Brother, Fight Divers) que eu há pouco não me lembrei:
  • O Moby usa o nome artístico Moby em homenagem ao seu tio avô Hermann Melville, que escreveu o Moby Dick; e
  • Norman Cook, também conhecido como Fatboy Slim, era um dos fabulosos Housemartins.

Fait Divers

  • Elvis Costello, que há pouco tempo reciclou o clássico "She", da Charles Aznavour, é casado com Diana Krall;
  • A canção "Esta balada que te dou", do Armando Gama, é rigoramente igual ao "Still Crazy After All These Years", de "Simon & Garfunkel";
  • Cat Stevens converteu-se ao budismo, foi viver para o Tibete e mudou o nome para Yusuf Islam;
  • Neneh Cherry é irmã de Eagle Eye Cherry e ambos são filhos do reputadíssimo Don Cherry;
  • A Romana é sobrinha da Ágata e o Axel é filho do Fernando Correia Marques, do "Burrito" e do "Carocha do Amor";
  • O Freddie Mercury nasceu em Zanzibar e chamava-se Farrokh Bulsara, George Michael chama-se Georgios Kyriacos Panayiotou e é filho de pais gregos;
  • O Eddie Van Halen não sabe ler uma pauta;
  • O termo "Heavy Metal" foi invocado pela primeira vez na canção "Born To Be Wild", dos Steppenwolf;
  • A canção que é habitualmente indicada como a base de todo o heavy metal é a, suavezinha, "You Really Got Me", dos Kinks;
  • A letra da fabulosa musica "Look At Your Game Girl", a faixa escondida do álbum "The Spaghetti Incident", dos Guns n' Roses, foi escrita por Charles Manson, o serial killer que convenceu os seguidores da seita que inventou a cometerem suicídio colectivo. Entre eles estava a actriz Sharon Tate.

Receita do dia.

Ingredientes:

1 vinil dos Abba;
2 vinis dos Erasure;
1 álbum triplo dos Bee Gees;
2 CD's do Elton John;
1 vinil dos Wham!;
1 single dos Eurythmics;
1 vídeo dos Culture Club; e
1 vinil dos Communards.

Misturar tudo e temperar com uma pitada de Prince.
Decorar com o glam de Gary Glitter e...

Estão prontos os Scissor Sisters.

sábado, 23 de junho de 2007

Blind Melon

Os Blind Melon são um dos mais típicos exemplos de uma coisa muito boa que, injustamente, se perde e cai no esquecimento, uma espécie de José Cid mas ao contrário. Apareceram no início dos anos 90, assumindo-se como uma alternativa aos então emergentes de Seattle, como os Nirvana, Alice in Chains, Soundgarden ou os Pearl Jam. A grande diferença era fazerem um rock mais clean, mais ligeirinho mas nem por isso menos rico. Um rock que, ao contrário das outras bandas que referi, nada ia buscar ao punk, antes se inspirando no clássico rock americano dos Lynyrd Skynyrd e quejandos. Atingiram o estrelato com a quádrupla platina do álbum "Blind Melon". Se ouvirem com atenção o "Use Your Illusion I & II", reparam concerteza numa lindíssima voz aguda sempre por trás do Axl Rose, é o Shanoon Hoon, o vocalista dos Blind Melon. A voz é celestial. Mas... e há sempre um mas, o rapaz não era bem acabado, estava permentemente "alterado" e raramente em condições de gravar (...aquilo que devia era acontecer ao Kenny G), e apesar de todas as oportunidades que teve acabou por não conseguir manter o nível. O álbum seguinte, "Soup", de 1995, foi dizimado pela crítica mais mainstream e um fiasco de vendas. É um disco muito mais escuro - fundamentalmente por o Shanoon Hoon estar na pior fase da sua toxicodependência, que o matou dois meses depois de o álbum ter sido lançado - e por documentar todo o estado depressivo associado e acrescentar à música o peso associado, desviando-se do leitmotiv inicial e pendendo para um rock mais obscuro, tão em voga em 1995.


Vale muito a pena recordar: http://www.youtube.com/watch?v=qmVn6b7DdpA

Bobby McFerrin

Talvez à primeira o nome não diga nada. Mas se pensarem em "Don't worry, be happy" faz-se, concerteza, luz. Devo confessar que do Bobby McFerrin só conhecia mesmo a canção que o fez conhecido. E, aliás, confesso até que não lhe ligava nenhuma. Para mim, era mais um one hit wonder com uma musiquita para vender no verão. No entanto, apanhei outro dia no VH1 um documentário sobre a criação da canção. Fascinante. Não fazia a mínima ideia que no "Don't worry, be happy" não é tocado um único instrumento. Todos os sons, todos, são feitos com a voz do próprio e depois sobrepostos. Depois, claro, padecendo eu de uma compulsiva curiosidade sobre as coisas que me interessam (acho que tenho uns neurónios esfomeado-selectivos que se alimentam só do que querem e não do que deviam...) fui pesquisar, ouvir e saber mais. E descobri que o senhor tem um longuíssimo historial de jazz e clássica, tendo colaborações com o Chick Corea (que tive o enormíssimo prazer de ouvir, em dueto com o Gary Burton, na Casa da Música), com o Yo-Yo Ma e o Herbie Hancock, tendo lançado vários discos sob a etiqueta da Blue Note. Um deles, com a contribuição dos Manhattan Transfer, valeu-lhe um Grammy.

Música Prozac

Há canções que, sem que exista qualquer explicação lógica para tal, transmitem um bom feeling enorme. Canções que põem bem disposto o mais macambúzio dos macambúzios...

Querem ver? Ora cliquem lá: http://www.youtube.com/watch?v=InNMprncrTs

Curtas maravilhas que alimentam o espírito...

"Madalena, o meu peito percebeu que o mar é uma gota comparado ao pranto seu. "

Elis Regina - "Ela" - 1971

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Dance!

Já viram que, pela ordem natural das coisas, daqui a três ou quatro anos vamos estar a recordar - com um tímido sorriso de condescendência igual ao que temos hoje para com os eighties que tanto temos discutido - coisas como:

Pump Up The Jam - Technotronic
You're Unbelieavable - EMF
The Power - Snap
The Rythm of the Night - Corona
Gipsy Woman (La Da Dee) - Crystal Waters
U Can't Touch This - MC Hammer
Please Don't Go - Double You
Saturday Night - Whigfield
Jump - Kriss Kross
Informer - Snow
Scatman - Scatman John
What Is Love? - Haddaway
Cotton Eye Joe - Rednexx
No Limit - 2 Unlimited
Ride On Time - Blackbox
Ice Ice Baby - Vanilla Ice
It's My Life - Doctor Alban
All Together Now - The Farm
Oh Carolina - Shaggy
Would I Lie to You - Charles & Eddie
Trouble - Shampoo

E por aí fora...

...And now for something completely different

Dee Dee Bridgewater
Live at Yoshi's
Verve - 2000


Comprei este disco completamente às escuras. Apanhei-o numa daquelas promoções da Fnac tipo 9,95 Eur, olhei para a capa e vi uma senhora negra cheia de força da qual nunca tinha ouvido falar, dei uma vista de olhos pelas músicas, e levei. Cheguei ao carro, CD lá pra dentro e... "First you say you do, then you don't..."

Um dos meus discos de eleição. Veio de encontro à ideia que eu tinha criado e ultrapassou-a largamente. De facto, Dee Dee Bridgewater tem um power imensurável, uma voz rasgada e com muita raça, um scat muito Ella Fitzgerald, e uma interpretação verdeiramente empolgante. É música com movimento.
Há dois ou três anos fui vê-la ao Rivoli e foi uma experiência absolutamente inesquecível. A senhora é de uma simpatia como nunca vi, o concerto foi completamente bilateral, com uma enorme interacção com o público, com sonoras gargalhadas por entre as canções. Foi totalmente dedicado à chanson française e veio depois a dar no disco "J'ai Deux Amours" de 2005, que também recomendo (conseguem imaginar o La Vie en Rose a misturar doçura com a força de uma voz negra?).

Como é simples...

No seguimento da postadela do "Pr'a quê complicar", reparem na bem na simples genialidade desta letra (... e se passarem o resto do dia a cantarolá-la, a culpa não é minha...)


Podes não saber cantar,
Nem sequer assobiar
Com certeza que não vais desafinar
Em play-back, em play back, em play-back!
Só precisas de acertar,
Não tem nada que enganar,
E, assim mesmo, sem cantar vais encantar
Em play-back, em play back, em play-back!
Põe o microfone à frente,
Muito disfarçadamente,
Vai sorrindo, que é p'ra gente
Lá presente
Não notar!...
Em play-back tu és alguém
Mesmo afónico cantas bem...
Em play-back,
A fazer play-back
E viva o play-back
Hás-de sempre cantar bem.
Em play-back, respirar p'ra quê?
Quem não sabe também não vê...
Em play-back,
A fazer play-back
E viva o play-back
Dá p'ra toda uma soirée!...
Abre a boca, fecha a boca
Não te enganes, não te esganes,
Vais Ter uma apoteose,
Põe-te em pose
P´ra agradar!...
Em play-back é que tu és bom,
A cantar sem fugir do tom...
Em play-back
A fazer play-back
E viva o play-back
Hás-de sempre cantar bem.
Com play-back até pedem bis:
Mas decerto, dirás feliz...
Em play-back
A fazer play-back
E viva o play-back
Agradeces e sorris.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Cacetada Moral

Conforme já tenho dito, ou os meus caros amigos por certo já perceberam, eu não entendo nada de música (e não estou a ser "modesto aparte..."). Conheço muita coisa, é certo, mas não toco mais do que campainhas de porta. Ouço música como bebo vinho. Gosto, gosto; não gosto, não gosto. Não há cá pretensiosismos. Tipo: "Zero Tolerance For Silence", do Pat Metheny. "Obra de Arte! A Raiva do homem contra o sistema instalado! Um génio incompreendido! Há de ser estudado!" diz a intelligentsia. "Estão a gozar comigo?" Digo eu! Uma hora de feedback??? Bolas! Que Chinfrim! Antes os Cannibal Corpse!
Mas tenho sentido estético.
Pois, e isto para chegar aonde?
Ao Seu Jorge.
Estava eu entretido a ouvir o Seu Jorge, o "Life Aquatic Studio Sessions", um disco de covers do David Bowie em brasileiro (tipo Onda Choc, Ministars ou, para as maternais tias, Ana Faria e os Queijinhos Frescos), que ainda por cima é... giro, orelhudo, agradável, boa companhia... E, eis senão quando, entra a nossa querida bailarina e diz... "Que música horrível... parece aquele português que canta muito mal..." E não, não falava do Miguel Ângelo, era mesmo do Zé Cabra... O que vale, é que ela diz que os Il Divo não são maus de todo...

Do silêncio

Com uma especial dedicatória para a minha noddyca amiga Ursa Teresa, que, segundo consta, gosta da Céline Dion, envio uma pequena sugestão de alternativas:
The Sounds of Silence - Simon & Garfunkel
Enjoy the Silence - Depeche Mode
Silence is Golden - Brian Poole & The Tremeloes
Quiet Nights of Quiet Stars - António Carlos Jobim
O Silêncio - Arnaldo Antunes
Don't Speak - No Doubt
Shut Up and Dance - Aerosmith
And last, but definetely not the least...
4'33 - John Cage*
*4′33″ is a musical workby avant-garde composer John Cage, consisting of a little more than four and a half minutes of silence. Though first performed on the piano, the piece was composed for any instrument or instruments and is structured in three movements.

De palavras se fazem caminhos.

Tive esta ideia enquanto ouvia um senhor chamado Prince, ou Victor, ou um símbolo que não consta do meu teclado, e que não sei se se auto-denomina ainda TAFKP (The Artist Formerly Known as Prince), que cantava... 7. Cá Vai, sob o signo do sete:

  • Sunday, Bloody Sunday - U2
  • Manic Monday - The Bangles
  • Tuesday's Dead - Cat Stevens
  • Wednesday - Tori Amos
  • Thursday's Child - David Bowie
  • Friday I'm in Love - The Cure
  • Saturday Night's Alright For Fighting - Elton John

E já agora...

  • One Sweet World - Dave Matthews Band
  • Two Princes - Spin Doctors
  • Three Little Pigs - Green Jelly
  • 4 - Miles Davis
  • Five to One - The Doors
  • The Number of The Beast - Iron Maiden
  • Seven Steps To Heaven - Miles Davis

And why not...

  • 10.000 Maniacs
  • U2
  • Trio Odemira
  • The Four Tops
  • Jackson Five
  • Nikki Sixx
  • L7

E...

  • Birthday - The Beatles
  • Baby, Can I Hold You - Tracy Chapman
  • Jesus To a Child - George Michael
  • Christine Sixteen - Kiss
  • Father & Son - Cat Stevens
  • Midlife Crisis - Faith No More
  • Sleep When I'm Dead - Bon Jovi

Tudo em Família III

Samantha Fox - jáiá
Sabrina - jáiá
Mamonas Assassinas - jáiá
Boy George - jáiá

Lady Betty Grafstein - falta
D. Rosa do Bolhão - falta
Carlos Castro - falta

Tudo em Família II

The Cars - jáiá
Jefferson Airplane - jáiá
Rosa Mota* - jáiá
Starship - jáiá
Turbo Junkie - jáiá
Paralamas do Sucesso - jáiá

Famel Zundapp - falta
Hyundai do Matias - falta
Barco do Amor - falta
Ibiza Tuning - falta

*Consisting of Ian (vocals, guitars, clarinet), Justin (percussion, clarinet), Sacha (guitars, bouzouki), Michelle (bass, guitar, harmonica) and Julie (vocals, guitars, flute), London's Rosa Mota released their major debut, Wishful Sinking, in 1995 for Mute.

Tudo em Família I

The Police - jáiá
Interpol - jáiá
GNR - jáiá
LAPD - jáiá

Moina - falta
FBI - falta
Cobrador do Fraque - falta

quarta-feira, 20 de junho de 2007

So "IT" said...

que eu só ouço discos selectos...
Sim e não.
Espelho, espelho meu, há alguém mais eclético do que eu?
É verdade. Há discos selectos. São aqueles que são criados "de dentro para fora". Isto é, que são um produto saído da imaginação e criatividade do autor, sem submissão a quaisquer regras de mercado ou directivas editoriais, e que procuram transmitir sentimentos, mostrar habilidade, criar sensações, passar mensagens políticas, whatever... Será o caso do "In Utero", dos Nirvana, incompreendido pelas massas que esperavam canções radio-friendly (para que dúvidas não houvessem, uma das faixas chama-se, precisamente, Radio Friendly Unit Shifter...) É também o caso dos discos do Miles Davis, que muito se gabava na sua genial autobiografia de não falar uma palavra nos concertos. "I let the music speak for itself. They come here to listen to my music, not me", dizia.
Em sentido diametralmente oposto, há discos que são criados - um pouco à imagem das telenovelas portuguesas de guião aberto ou da cerveja Cintra - em resultado de estudos de mercado realizados pelas editoras e demais actores do music business, escrupulosamente ao gosto do específico público a que se destinam. Eu sou público, e há muitos que se adaptam perfeitamente ao meu gosto. Paradigmático, o "5", do Lenny Kravitz. A mudança de som, de visual, a criação de Lenny, o "trendsetter", qual David Beckham. Mais exemplos? A brilhante gestão de imagem (e som...) da Madonna, que faz fez música de 1985 em 1985, de 1995 em 1995 e anda desde o "Ray of light" com um ou dois anitos de avanço. Os U2, com menos de cinco anos de décalage (avançados com o Zooropa, atrasados com o How to dismantle an atomic bomb). O corte (de cabelo, trapinhos e power) dos Metallica em resposta ao crescimento do fenómeno Limp Linkin' Bizkit Park (ainda que sem grande sucesso)...
Pai, pai, explica-me como se eu tivesse cinco anos!!!
-Tá bem:
a) Disco selecto: se gostares, gostas; se não gostares não gostas; mas eu estou-me nas tintas.
b) Disco "produto": gostas, não gostas?
Pai, pai, de quais gostas mais?
- Depende, gostas mais do Noddy ou do Bob, o Construtor?

Nada a esconder...

Coisas de que gosto e não era suposto gostar:


  • O MTV Unplugged dos Kiss;
  • Manowar;
  • "Baby, I Love You", dos Ramones;
  • Vanessa Paradis;
  • Supremes;
  • Terence Trent d'Arby;
  • Diana Krall.

Coisas de que eu não gosto e era suposto gostar:

  • Fado;
  • Pink Floyd;
  • Qualquer coisa do Stephan Micus;
  • "Zero Tolerance For Silence", do Pat Matheny;
  • "Metal Machine Music", do Lou Reed;
  • "Pet Sounds", dos Beach Boys;
  • Jazz de orquestra;
  • Música clássica;
  • Os primeiros tempos dos Beatles.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Para quê complicar?

Os Ramones faziam música com 3 acordes.

Os Beatles fizeram uma obra de arte, cuja letra, inteirinha e sem cortes se passa, sem quaisquer cortes, censuras ou abreviaturas, a transcrever exaustivamente: "Why don't we do it in the road? No one will be watching us, why don't we do it in the road?" (White Album, 1968)

A Tina Turner não lança um álbum há 8 anos.

O Vanilla Ice deixou a música.

(paro por aqui para não ferir suceptibilidades, é que agora vinha a piadinha de o Freddie Mercury estar a fazer duetos celestes acompanhados à harpa... Barceloooona...")

O menino gosta mais do paizinho ou da mãezinha?

Se há coisa que a música proporciona são comparações. Uns porque são cópias descaradas dos outros, há os que são mestres e seguidores, os que são fruto do mesmo movimento, criados pela mesma máquina (qual Phil Spector...) enfim, como se diz na minha terra... um "ror" deles. Ainda mal comecei a escrever, e já sei que este post me vai dar um gozo tremendo...

Nirvana ou Pearl Jam?
Nirvana. O Nevermind é um assombro... O Unplugged faz-me arrepios na espinha...

Spice Girls ou All Saints?
All Saints... (no comments, e não falo só da estética...)

Led Zeppelin ou Black Sabbath?
Cruel! Gostas mais do paizinho ou da mãezinha???

Amália ou Mariza?
A Mariza, mas naquele disco com orquestrações do Jacques Morelenbaum e nas partes em que ela não canta. (já tinha dito que não gosto de fado?)

Metallica ou Megadeth?
Metallica, and nothing else matters.

Michael Jackson ou Terence Trent d'Arby?
Terence, apesar do Thriller ser o Thriller, o Introducing the Hardline tem muuuita onda...

Frank Sinatra ou Tony Bennett?
Bennett. Tem mais swing.

Samantha Fox ou Sabrina?
Eu com os 11 ou 12 anos que tinha na altura ficava deslumbrado com a fisionomia da Samanha, aqueles 1,5m de altura por 1,5m de caixa de ar impressionavam...

Debbie Harry ou Crissie Hynde?
Debbie Harry... Era loira...

Mozart ou Beethoven?
Rigorosamente igual ao litro.

Miles Davis ou John Coltrane?
Gostas mais do paizinho ou da mãezinha?

Freddie Mercury ou David Bowie?
Bowie. De longe.

John Scofield ou Joe Satriani?
Scofield. O Satriani puxa, às vezes, para o azeite... O Scofield puxa às vezes para o rock...

Beatles ou Rolling Stones?
Beatles. Razões: White Album, Sgt. Peppers, Revolver. É preciso mais?

Bon Jovi ou Poison?
Poison. Azeite por azeite, ...gimme something to believe in!

Take That ou Boyzone?
(passo)

Beastie Boys ou Rage Against The Machine?
Os 2. Nenhum é melhor que outro...

Marilyn Manson ou Kiss?
Kiss. Marilyn Manson não merece as minhas teclas...

Keith Jarrett ou Brad Mehldau?
Jarrett. Mas só porque sem ele não havia Mehldau.

Stooges ou Sex Pistols?
A música dos Stooges vs. o mito dos Pistols... assim não dá para comparar...

Communards ou Culture Club?
Communards, mas com quilómetros de distância...

Iron Maiden ou Judas Priest?
Maiden! Up the Irons!

Vanessa Paradis ou Carla Bruni?
(resposta impossível..., sorry...)

Nusrat Fateh Ali Khan ou Ravi Shankar?
Nusrat. Com uma valente cunha do Jeff Buckley...

The Supremes ou The Four Tops?
Supremes... E quanto mais ouço mais gosto...

Marvin Gaye ou Barry White?
Marvin Gaye. Tanta alma...

Mikael Carreira ou a Floribella?
A Floribella. Ainda por cima está mais gira na segunda série...

Céline Dion ou Laura Pausini?
E o Eros Ramazotti, já agora, não?

Housemartins ou Fatboy Slim?
Escolha impossível...

Linkin' Park ou Limp Bizkit?
Ui, como era aquela da Céline Dion?

The Prodigy ou Ministry?
Ministry.

George Gershwin ou Irving Berlin?
Berlin. mmmmm heaven, i'm in heaven, and my heart beats so that I can hardly speak...

Caetano Veloso ou Gilberto Gil?
O Xôr Ministro Gil. Tem um som mais "centro-americano".

Peter Gabriel ou Phil Collins?
Pedro Gabriel. O Filipe Colinas não me convence...

The Police ou Sting?
Police. Volta pr'a casa filho. Não tás cá fora a fazer nada!!!

De La Soul ou Run DMC?
Cypress Hill!!! Mas o 3 feet high and rising é de colecção...

Tina Turner ou a aparelhagem desligada?
Desligada, e com a ficha escondida em local seguro.

Eu não parava... Aliás, gostei tanto da ideia que prometo cenas dos próximos capítulos...

80's - Retro Kitsch

Hoje, pelo início da tarde, uma agradável conversa retrospectivo-nostálgica - é no que dá a convivência diária com as minhas maternais e muito tias amigas dos trinta (e poucos...) - fez-me lembrar de canções que o tempo presenteou (com mais ou menos benevolência) com um certo carisma. Umas são boas (pouquitas...), outras são curiosas (algumas...), outras de um muito presente piroso-fashion a que se convencionou chamar, para disfarçar, kitsch... (quase todas...). Certo, certo, é que todas elas são geradoras de muitas saudades e portadoras de óptimas recordações...
Oram vejam lá:
  1. Baltimora - Tarzan Boy
  2. Alphaville - Forever Young
  3. Samantha Fox - Touch Me (I Wanna Feel Your Body)
  4. Modern Talking - You're My Heart, You're My Soul
  5. Bros. - When Will I be Famous?
  6. Belinda Carlisle - Heaven Is a Place On Earth
  7. Katrina & The Waves - Walking on Sunshine
  8. Cindy Lauper - Girls Just Wanna' Have Fun
  9. Chris de Burgh - High on Emotion
  10. Spandau Ballett - Gold
  11. Oakey, Phillip & Giorgio Moroder - Together In Electric Dreams
  12. Kenny Loggins - Footlose
  13. Culture Club - Karma Chameleon
  14. Bill Medley & Jennifer Warnes -(I've Had) The Time Of My Life
  15. Kenny Rogers & Sheena Easton - We've Got Tonight
  16. Paul Abdul - Straight Up
  17. Scotch - Take Me Up
  18. Moon Ray - Comanchero
  19. Kim Wilde - Kids In America
  20. Joan Jett & The Blackhearts - I Love Rock n' Roll
  21. Maria Vidal - Body Rock
  22. Sandie Shaw - Puppet On a String
  23. Orchestral Manouevres in The Dark - Enola Gay
  24. Danny Wilson - Mary's Prayer
  25. Whitesnake - Is This Love?
  26. Cutting Crew - (I Just) Died In Your Arms
  27. Ashford & Simpson - Solid
  28. Limahl - Never Ending Story...
  29. Toto Cutugno - L'Italiano
  30. Roupa Nova - Dona
  31. Europe - The Final Countdown
  32. Survivor - Eye of the Tiger
E mais, deixo ao vosso critério... Fica o desafio...

Pura estética sonora...


"Beyond the Missouri Sky - Short Stories"
Charlie Haden & Pat Metheny
1996
Este é o disco mais estético que eu ouvi na miha vida. Se os CD's se gastassem, este era o mais estragadinho da minha colecção. A beleza da música não tem descrição possível. Tenho-o mostrado, com orgulho, a muita gente e nunca ninguém lhe reagiu com indiferença. Ouvido bem alto, é impressionante a "espacialização" da música, o ambiente que cria. Pat Metheny é um génio dos tempos modernos. Há de ser estudado qual Mozart ou Beethoven. O Charlie Haden tem um feeling incrível. O AllMusic dá-lhe três estrelas, uma classificação tão absurda que apenas encontra paralelo nas 4,5 dadas ao Crush dos Bon Jovi.

Comprem o disco, fechem os olhos, e de imediato compreenderão o que digo.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Zakk Wylde - O Rock puro do sul


O Zakk Wylde apareceu como guitarrista do Ozzy Osbourne (aquele que sempre teve uma queda para guitarristas geniais (lembram-se do Randy Rhoads?). É certo que o Ozzy tem feito um esforço enorme para destruir tudo o que de bom fez com os Black Sabbath, e mesmo a solo - o No More Tears é lindo - mas nunca deixou de ser Músico. E bom.


O Zakk Wylde, com grande apoio de Osbourne, avançou com um disco de rock limpinho do sul, com um trio (guitarra e voz do próprio, baixo e bateria) a que chamou Pride & Glory. Um disco muito, muito bom, que passou absolutamente ao lado.


Em 1996, lançou um disco a solo. Se não aparecesse o seu nome na capa, acho que ninguém acreditaria. Marcadamente acústico, pobrezinho na criatividade das letras (o que para mim é absolutamente cagativo...) e, acima de tudo, apaixonante, mais, capaz de criar estados de espírito.


Recomendo, e muito as faixas 1 (Between heaven and hell) e 4 (Way beyond empty inside). E já agora... Vou ouvi-lo. Querem comprar? Está fora de catálogo... (vá-se lá entender...)


Exposição de motivos

Clave de Sol, meus caros amigos (não poderia abrir com um mero olá...).
Welcome aos Discos Perdidos. Depois de uma tímida entrada na blogosfera, meia desorientada pela virgindade nisto, e na involuntária pendência do meu blog para a música, decidi que mais vale assumi-lo, e a ela - a música na blogosfera - me dedicar em exclusivo.
Aviso desde já que não sei tocar uma nota (mas o Eddie Van Halen também não...), nem qualquer instrumento acima de campainha de porta (isso, o Van Halen já sabe...).
Mas... Desde muito novo que ouço muita, mas mesmo muita, música. E o meu percurso, que não foi minado por qualquer pretensiosismo profissional é, por demais, abrangente. Em míudo, era fanático por Abba (e o Kurt Cobain também era...) e Neil Diamond, que ouvia nas compilações que os meus pais compravam pelo Reader's Digest - grandes concertos que dei na escola primária!!! - depois, fui promovido a Madonna, no tempo do "Like a Virgin", Bryan Adams, quando dava em grande o "Reckless", esse grande sucesso que foi o "Born in the U.S.A." do Springsteen... Tudo isto sem perder de vista o grande pop (hoje muito em voga) dos 80's, Queen, Erasure, os grandes Communards, Culture Club e até ouvia (vergoooonha...) os Scorpions...
Chegado à adolescência, 15 anos em 1990, e apanhei a grande vaga do metal... A princípio, achava os Guns barulhentos, os AC/DC camionistas e os Sepultura gozo à sanidade mental. Qual puto que se deixa levar pelas modas, comprei o meu primeiro CD (de 600... originais...): Fear of the Dark, Iron Maiden. E foi a perdição, entrei pelo metal dentro...
Grande diferença para o people da minha idade... De vez em quando ainda ponho o Arise, dos Sepultura, e canto (grunho...) we're dead... Embryonic Cells!!! Tu, tu, tururu, Tu, tu, tururu...
Tal foi a panca com o metal, e o rock verdadeiro em geral (e a coincidência com a brilhante ideia do meu pai em comprar uma parabólica, com MTV, na altura do Headbanger's Ball, aquela coisa apresentada pela Vanessa Warwick, mulher do Ricky Warwick dos, grandes, The Almighty) e comecei a procurar a história: Black Sabbath (A Banda!!!), Led Zeppelin, Deep Purple, AC/DC, Iron Maiden, Judas Priest, enfim tudo menos os baladeiros pimba americanos (espera aí, os Poison até têm duas baladas tragáveis, Somerhing to believe in e o Stand... pronto, chunguita mas eu gosto... que se lixe...).
Depois do auge do Rock, apercebi-me que muitos amigos meus ouviam Jazz. Tentei, mas só dava razão à minha mãe... "Que horror!", dizia ela... "música de plástico...". Pois... Foi igual... Comprei o "A Few Useful Tips About Living Underground", do James Taylor Quartet (não o piroso, o teclista com o mesmo nome...). Entrei no jazz pelo acid jazz. Comprei uma compilação da Impulse, "The roots of acid jazz", descobri o Dizzy Gillespie, Miles, Coltrane... Perdi a cabeça...
Depois, veio a world music. Como fui avançando de fase em fase sem largar nenhuma para trás (talvez só os Queen e os Scorpions, dos quais tenho ainda o "Blackout" em vinil), descobri o Jeff Buckley, o supremo trovador, e pela biografia dele a sua paixão por Nusrat Fateh Ali-Khan... E pronto, eis-me na World Music... Flamenco, Qawwali...
Para quem teve a paciência de me ler até aqui, a minha ideia com este blog é partilhar os discos que conheci que não são tão consensuais como o Sgt. Peppers, o Köln Concert, o Nevermind, o Thriller, ou outros que tais... Ouçam-nos, e digam-me qualquer coisa. Ficaria feliz de proporcionar a outros a descoberta dos discos que me dão prazer...
Um grande, grande abraço deste vosso escriba.