"The Globe", Estocolmo, Suécia, 29 de Agosto de 1992, 9h30 da noite, lotação completamente esgotada há mais de 3 meses. Uma digressão que havia começado em 5 de Junho, com um concerto no Laugadallsholin, em Reykjavic, na Islândia, terra natal de Björk, e haveria de terminar a 24 de Maio de 1993 em Belfast, na Irlanda. Os escandinavos sempre foram conhecidos por ter um gosto muito marginal, veja-se os fenómenos Morbid Angel e Terje Rypdal, em campos opostos, ou o sucesso de vendas dos portugueses Moonspell. Não obstante, e para surpresa de todos a sala do The Globe estava tomada por uma incontrolável histeria colectiva, muito acima do expectável para os sisudos suecos. Chorava-se. Ás 9h40 soavam os primeiros acordes da poderosíssima "Be quick or be dead", a multidão regozijava. Os Iron Maiden tomavam a Suécia. Estavam em estado de graça. Depois de mais de vinte anos de história, os fundadores de uma corrente musical a que a crítica chamou "new wave of british heavy metal" viam finalmente reconhecido o seu seminal papel na evolução do rock pelo estrondoso sucesso do álbum "Fear of the Dark", de 1991 (por sinal, o primeiro CD da minha colecção, comprado no Carrefour por 2.900$00, dias depois do seu lançamente).
Eis senão quando... entre duas canções, um intervalo mais prolongado... Quatro notas nos címbalos de Nicko McBrain, uma guitarra muito suave de Janick Gers... e entra Bruce Dickinson, conhecido como "The Screaming Siren", muito lentamente com as primeiras estrofes de "Afraid to shoot strangers"... A canção continua num quase imperceptível crescendo, e 2 minutos e meio depois do seu início entra num dos mais bonitos solos da história do rock... o feedback do público é fenomenal... Um minuto depois depois, rebenta num solo de metal à séria... Up the Irons!
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