sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Tourette's


(aqui havia texto que veio a ser retirado por rebate de consciência de Vinyl)

Outra nota de Vinyl: A tendência do momento é a ressurreição do orgão enquanto instrumento musical fora das igrejas. Instado o estereótipo do intelectual forinha alternativo sobre a história recente do instrumento, não me surpreenderia muito uma referência orgulhosa aos LP's do Jean Michel Jarre ou do Vangelis encontrados em casa dos pais (argh! grandes inspiradores dos Santamaria, reis dos carrinhos de choque). Se, porventura, estiver a ser mauzinho demais, então, pelos menos, os Orchestral Manouevres in the Dark ou os já referidos Kraftwerk.
Já que estamos nessa, cá vai uma recomendação a propósito:




Jimmy Smith
"Peter & The Wolf"
Verve - 1966

Now playing...

Audioslave
Out of Exile
2005

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Glimpse

"Lonely is the room, the bed is made, the open window lets the rain in
Burning in the corner is the only one who dreams he had you with him
My body turns and yearns for a sleep that will never come"

Jeff Buckley
"Lover, You Should've Come Over"
Grace
1994

"And I couldn't awake from the nightmare
that sucked me in and pulled me under
Pulled me under
Oh... that was so real"

Jeff Buckley
"So Real"
Grace
1994

Indian, Indian what did you die for?

"...Indians scattered on dawn's highway bleeding.
Ghosts crowd the young child's fragile eggshell mind.

(...)


Indian, Indian what did you die for?
Indian says, nothing at all."


"Dawn's Highway"
An American Prayer
Jim Morrison
1970

Disco do dia


Erasure
The Circus
1987 - Sire

Por demais representativo do período e corrente em que se insere, sem ser o mais reputado dos discos dos Erasure - lugar reservado a "Wonderland", de 1986 - é um dos mais interessantes discos de finais da década de 80.
À excepção dos fabulosos Communards, sobre quem já muito aqui falei, e dos Frankie Goes To Hollywood, hei-de sempre manter o pé atrás ao dance-pop abichanado. Mas ontem resolvi dar uma oportunidade a este disco. Movido pela febre do vinil, peguei nele e confirmei a excelente artwork - o centro da capa é um buraco, preenchido pelos desenhos estampados na capa interior, diferentes de um lado e de outro. Pus o vinil a rodar e devo confessar o esgar de condescendência que fiz. É um disco que faz sentido, os singles foram bem escolhidos e o intenso airplay merecido. Como não podia deixar de ser, para além das vozes agudas de Vince Clarke e Andy Bell, o espectro sonoro reduz-se aos sintetizadores e usuais drum machines.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Os Pintas


Há pouco, enquanto percorria os corredores do meu escritório, reparei na música que vinha de um dos gabinetes. "The Power of Love", de Huey Lewis And The News.
Não há nada mais americano na música do que as marchas do John Sousa, o Robert Palmer e o Huey Lewis.
Há de ficar sempre na memória o rock de fatinho dos anos 80, o Don Johnson, Hall & Oates, o Miami Vice e o Ferrari branco. Esta é a banda sonora.


"They say the heart of rock and roll is still beating
And from what I've seen I believe 'em
Now the old boy may be barely breathing
But the heart of rock and roll is still beating"


Duas guitarras e uma drum machine e está feito. Foi o auge da era pré-Bon Jovi da música americana.

Águas (muito) turbulentas

"Bridge Over Troubled Water" é uma das mais bonitas canções escritas até hoje, e por larga margem, o mais alto momento de inspiração de Paul Simon e Art Garfunkel. A interpretação no celebérrimo concerto no Central Park de Nova Iorque, então, é sublime.
Isto em consideração, há dois ou três dias, tinha a televisão sintonizada na SIC, sem que a estivesse contudo a ver. Dava a "Família Superstar" e anunciam que a concorrente vai cantar o "Bridge Over Troubled Water". Parei para ouvir. O que se seguiu roçou o inaudível. Uma voz levada até aos limites, melhor, para além dos limites, e uma postura em palco que fundia o pior de Céline Dion, Whitney Houston e quejandas, num espampanante esganiçado que a canção não merece. Uma interpretação a marimbar por completo na enorme beleza da canção, preocupada apenas, qual miss a desfilar na passerelle, em pavonear a voz que, ainda por cima, não é bonita.
O "Bridge Over Troubled Water" não é uma música da Shania Twain, bolas!
Incomoda-me muito a imberbe confusão entre amplitude vocal, e o exibicionismo gratuito da mesma (v.g. "I Will Always Love You", de Whitney Houston) e estética. Há por aí grandes vozes a fazer música detestável e há, por exemplo, o Tom Waits ou o Tony Bennett.
Desagradado que chegasse, fiquei expectante para ouvir o júri. Foi cada tiro, cada melro, cada cavadela, cada minhoca. Desfizeram-se em elogios. A Clara de Sousa percebe tanto de música como eu de pesca à linha, e deve ter comprado o disco de Natal dos Il Divo. Compreende-se. Agora o Tozé Brito e os Anjos? O primeiro é o patrão da Universal e tem, à vontade, quarenta anos de música. Os segundos, trabalham no segmento em que trabalham mas são músicos profissionais. Ou foi por consideração à sua colega Romana, ou não se compreende. Enfim, deve ser o espírito natalício...

EZ Special

Em meados de 2000, surgiu em Santa Maria da Feira uma banda chamada EZ Special. Para além do nome inerte, fraquinho, traziam um som pop muito James (até pela forte intervenção de Saul Davies, dos próprios, em grande parte do processo criativo do primeiro EP e na produção do primeiro álbum), e uma saudável frescura em pop orelhudo. Encontraram sucesso nacional com Daisy, o seu primeiro single, com o inesquecível refrão lá-lá-lá-lá-ú lá-lá-lá-lá-ú. Mais tarde, outra boa canção, My Explanation, voltou a levá-los, e bem, aos tops nacionais. Sem aparecerem como a next big thing, um patamar acima dos Hands on Approach e dos Sally Lune, não deixaram de crivar um lugar seguro, e merecido, no panorama do bom pop nacional.



Eis senão quando, em 2005, o vocalista Ricardo Azevedo resolve ir atrás de um T2 e é substituído pela inóspita figura Orlando, ex-vocalista dos Feed. Os EZ Special resolvem passar a cantar em português (o que, em princípio até nem seria mau, como nos mostram os The Gift com “Fácil de Entender”), e brindam-nos com pérolas como “Sei que sabes que sim” e a inacreditável “Menina bonita”, numa linha que cruza Michael Bolton com Mikael Carreira e umas letras a roçar a criatividade do pai deste último. Resolveram sair do mainstream, pela porta de baixo, e conquistar um lugar na prateleira dos Anjos e do Paulo Gonzo a dar música a telenovelas. Tanto bom trabalhinho deitado pela janela fora...

Está visto… Ricardo, deixa lá o T2 e volta, sem ti está tudo perdido…

p.s.: esta triste história faz-me lembrar, à escala, a escolha de Ronnie James Dio para vocalista dos Black Sabbath, um dos mais frustrantes momentos da história da música...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Disco do dia...


Ocean Colour Scene
Marchin' Already
1997 - Universal Music

Pequena amostra do hino ao britpop que é este disco, aqui.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Disco do dia

Jimmy Cliff
Give The People What They Want
MCA - 1981
Há qualquer coisa no reggae que me deixa sempre de pé atrás. Não sei são os ritmos das caraíbas, sobretudo o ska ou o calypso, ou o facto de o Bob Marley se sobrepor a praticamente tudo o que foi, e é, feito. Uma coisa é certa, goste-se ou não de reggae, Bob Marley é um ícone e"Redemption Song" é uma das mais extraordinárias canções de sempre.

Ontem, redescobri, em vinil, esta verdadeira pérola. Chamo a especial atenção para "Shelter of Your Love", onde a voz de Jimmy Cliff nos causa muito sinceros arrepios na espinha (arrepios comparáveis aos causados pelas primeiras palavras de Kurt Cobain em "The Man Who Sold The World", no Unplugged dos Nirvana). Pura estética sonora.


segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Justificação

A sobrecarga de trabalho de Vinyl tem limitado em muito a frequência de posts. Prometo, logo que as águas acalmem, voltar a pousar a agulha no disco e retomar a normal frequência, em 33rpm.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Poupem-me...

Fico pasmado com as coisas que ouço sobre Michael Bublé, esse Kenny G da voz.
O nível das atoardas que por aí circulam chega ao nível do “é o novo Frank Sinatra”. Que memória curta! Já ninguém se lembra que esta excelsa figura apareceu por aí a cantar uma versão pseudo-jazzística de “Crazy Little Thing Called Love”?
Muito caminho a percorrer para chegar a Harry Connick Jr. ou Jamie Cullum (mais ou menos a mesma distância que separa os Vaya Com Dios da Cassandra Wilson…).
Nota: dá-me um gozo especial, e já o fiz mais do que uma vez, perguntar na Fnac por que carga de água é que os discos do Kenny G estão na secção do Jazz.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Clã


Pergunta: Qual é a banda portuguesa que mais merece ter a Casa da Música a rebentar pelas costuras esta noite?

Disco(s) do dia

Guns n' Roses
Use Your Illusion I & II
1991 - Geffen



terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Momentos...

Ontem, depois do jantar, um momento sublime. Composto por um sofá, uma cerveja fresquinha numa sala quente, duas colunas Yamaha, duas novas aquisições e um vinil:

Tangent Amp50

Numark TT610

Egberto Gismonti

Dança das Cabeças

ECM - 1976

Info

A II Sessão dos discos perdidos ao vivo foi adiada para data, hora e local e designar em Janeiro de 2008.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Música no céu


Karlheinz Stockhausen
22.8.1928 - 5.12.2007

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Report

Nouvelle Vague
Teatro Sá da Bandeira, 6.12.2007


O concerto dos Nouvelle Vague, ontem à noite, excedeu largamente todas as expectativas geradas. Se é certo que não pegou à primeira, “Dancing With Myself” tratou de resolver o problema e dar a entender que muitas surpresas se avizinhavam. Mais do que as recriações de grandes clássicos, sempre primando pela singularidade, as duas vocalistas deram uma verdadeira lição sobre o que é estar em palco. Teatralidade, aliás, em consonância com o espaço. A sua performance esteve sempre mais além do mero debitar da canção e fez valer cada cêntimo do bilhete. Agradável surpresa, também, o guitarrista/vocalista masculino, enorme intérprete. Pelo alinhamento passaram Generation X, Bauhaus (aqui com algum exagero na “representação” de “Bela Lugosi’s Dead”), Blondie, Joy Division, Depeche Mode, Frankie Goes to Hollywood, entre outros. Momento alto, sem dúvida, “Love Will Tear Us Apart”. Conseguiram até os Nouvelle Vague recriar, com sucesso, uma das mais detestáveis canções pop de sempre, “Tainted Love”, dos Soft Cell.
O próximo concerto, na Aula Magna, será registado em áudio e vídeo para edição em CD e DVD, em finais de Janeiro de 2008. Se for ao nível do espectáculo de ontem, será mais uma compra essencial.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Disco do dia


Mahavishnu Orchestra With John McLaughlin
The Inner Mounting Flame
Columbia/Legacy - 1971

Agenda


Nouvelle Vague

Hoje, 6.12, às 21h30 no Teatro Sá da Bandeira, no Porto.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Report...



Au Revoir Simone, Theatro Circo, 4.12.2007


Foi o meu primeiro contacto com o trio de Brooklyn. Entrei na sala, pela porta da frente, tinha acabado de começar a primeira canção. Com uma perspectiva privilegiada sobre o palco, nele vi o que parecia uma representação do vídeo de "Kelly Watch The Stars", dos Air, com teclados no lugar da mesa de pingue-pongue.

As Au Revoir Simone não são iguais a mais nada, o que é uma mais valia. Encontramos algumas influências no visual, muito bem conseguido aliás, como sejam as Cansei de Ser Sexy ou Coco Rosie. Na sua música, onde eu esperava secretamente encontrar resquícios do virtuosismo de Jimmy Smith, tive que me contentar com Portishead, o que não é muito abonatório, e Air, o que já é abonatório. Pelo menos, nada de Vangelis, Jean Michel Jarre ou Kraftwerk.

Valeu a pena pela descoberta de uma lufada de ar fresco. Teve como contraponto uma certeza: a música electrónica não resulta ao vivo.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Au Revoir Simone

Hoje, pelas 23h30, no Theatro Circo, em Braga.

Mitos vivos...

Anthony Dominick Benedetto, Tony Bennett.
n. 3.8.1926 em Nova Iorque.


Refém da inevitável comparação com Frank Sinatra, com este perde apenas na dimensão do estrelato. Com muito mais feeling, swing e coolness está dois furos acima do old blue eyes. Onde Sinatra resvalava para Hollywood, Bennett concentrava-se no que era realmente importante. As suas interpretações dos American Songbooks de Gershwin, Berlin e Cole Porter são notáveis, as suas incursões pelo jazz fascinantes.
Para além das elucidativas compilações, recomendo Bennett/Berlin e o álbum com Bill Evans.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

História do Rock


The Animals

"House of the Rising Sun"

1964

Up The Irons!

Constato, com enorme prazer, que a actual campanha publicitária da Sony é animada pelo som dos Iron Maiden, com "Can I Play With Madness?", single do fantástico álbum "Seventh Son of a Seventh Son", de 1988.