quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Suicide Note

"Teenage angst has paid off well
Now I'm bored and old
Self-appointed judges judge
More than they have sold..."

Com estas palavras começa o "In Utero", para que dúvidas não houvessem quanto ao estado de espírito de Cobain. Mais do que autobiográfico, um tétrico anúncio.



Nirvana
"Serve The Servants"
In Utero
1993


terça-feira, 30 de outubro de 2007

Morphine - Early To Bed

Sugestão do dia, lembrado ontem por José Sá Fernandes, numa das melhores playlists da TSF de sempre.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Barry White



Noutro dia, em passeio pela Fnac, dei com um livro chamado “Técnicas de Engate”, uma espécie de Paula Bobone para o macho latino em época de caça. Refreei a minha impetuosa curiosidade, talvez concedendo à vergonha de empunhar publicamente um tal livro (deve ser mais ou menos o mesmo vexame de folhear a própria Paula Bobone, segurar um disco do Michael Bolton, ou alugar um filme truca-truca no vídeo clube), e lá o deixei ficar na prateleira, onde aliás aparecia em grande destaque.
Ora, considerando as “Técnicas de Engate” à luz do tema deste espaço virtual, cá vai a minha sugestão: um jantar simpático em casa, cozinhado, pelo menos aparentemente, pelo anfitrião, a típica luz desmaiada, seja de velas seja dimmer, e, fundamentalmente, Barry White.
Barry White era um Marvin Gaye exponenciado ao mel total. Imagine-se a sair das colunas aquela voz doce e arrastada, murmurando “…can’t get enough of your love, babe…”.
Foi por estas e por outras que os Fun Lovin’ Criminals cantaram, em “Love Unlimited”, single extraído do excelente “100% Colombian”, de 1998, “Barry White, saved my life, and if Barry White, saved your life, or got you back with your ex-wife, sing Barry White, Barry White, it's alright...”

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Gil

"A novidade veio dar à praia,
na qualidade rara de sereia
Metade o busto de uma deusa Maia,
metade um grande rabo de baleia
A novidade era o máximo,
o paradoxo estendido na areia
Alguns a desejar seus beijos de deusa
Alguns a desejar seu rabo prá ceia
...
Ó mundo tão desigual, tudo é tão desigual
De um lado este carnaval, de outro a fome total."


"A Novidade"
Gilberto Gil
Acústico
1994

Génese

You say it's your birthday
It's my birthday too--yeah
They say it's your birthday
We're gonna have a good time
I'm glad it's your birthday
Happy birthday to you.
Yes we're going to a party party
Yes we're going to a party party
Yes we're going to a party party.
I would like you to dance--Birthday
Take a cha-cha-cha-chance-Birthday
I would like you to dance--Birthday
Dance!


"Birthday"
The Beatles
"The Beatles", a.k.a. "The White Album"
1968
nota de Vinyl - nunca a bateria de Starr esteve tão forte como nesta faixa.

História do Rock

Em jeito de mood para o fim-de-semana, o verdadeiro pai do rock, Little Richard, e uma canção que incendiava os salões de baile nos anos 50, "Lucille".

American Pie II

Continuando a dissecar o "American Pie", cá vão mais umas linhas...

"So...
Bye bye Miss American Pie,
Drove my Chevy to the levee but the levee was dry
Them good ol' boys were drinkin whiskey and rye
Singing "This'll be the day that I die,
This'll be the day that I die."

Eis-nos chegados ao refrão.
Até hoje, ainda ninguém avançou com uma explicação válida para o título e McLean, apesar de todas as insistências, continua sem explicar. A interpretação mais disparatada que já li é a que diz que Don McLean, à data, mantinha uma relação com uma Miss América. Havia quem dissesse que o nome do avião era “American Pie”, mas o avião não tinha nome. Na minha opinião, é uma metáfora. A torta de maçã, a “American Pie” é um ícone da cultura americana e McLean assim qualificava também os três músicos falecidos, sobretudo Holly e Valens. Com a morte destes morre também a música modelo norte-americana, so bye bye miss American Pie.
A frase seguinte é simples, e corrobora o parágrafo anterior. Depois do acidente, McLean foi à fonte buscar inspiração mas a fonte estava seca.
De seguida, temos um salto na narrativa, passando das queixas de McLean para o acidente de avião. Idilicamente, são os músicos imaginados em festa, e beber uns copos e a cantar… com toda a pertinência, This'll be the day that I die, uma corruptela de That’ll be the day, canção de Buddy Holly.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Denis Leary - I'm an Asshole

Absolutamente genial. Vale a pena ouvir a letra com atenção. Ainda por cima, é brilhante a conjugação da sátira com a música e a monumental interpretação de Leary, sobretudo no spoken word estilo Henry Rollins.
"Sometimes I park in handicap spaces while handicaped people make handicaped faces..."

Disco do dia

Guru
Jazzmatazz, Vol. 1
An experimental fusion of Hip-hop and jazz
Chrysalis, 1993

Seattle, Washington

Discos Imaginários, n.º 1.

É certo que um bom disco não é um mero conjunto de canções no mesmo suporte físico mas uma obra com uma ordem lógica, com princípio, meio e fim. Isto em consideração, deixa as compilações - sejam os greatest hits / Best Of para vender no Natal, sejam compilações temáticas ou a maioria das bandas sonoras - fora de tal classificação.
No entanto, já fui mais contra as compilações do que sou hoje em dia. Aliás, acho até que não há melhor maneira de entrar num qualquer género musical do que ouvir uma compilação e dela partir para conhecer melhor o trabalho de cada um dos aí representados. A este propósito, não posso deixar de salientar o lugar especial que ocupa na minha colecção um disco chamado "The Roots of Acid Jazz", da Impulse, onde fui descobrir, sem que antes conhecesse, Gato Barbieri, Danilo Perez, Gabor Szabo e Yusuf Lateef, por exemplo.
Porque o baú dos Discos Perdidos está cheiinho de sons de Seattle, lembrei-me de uma compilação que gostava que existisse.
Cá vai:

Jimi Hendrix – Voodoo Chile
Nirvana – Sliver
Pearl Jam – State of Love and Trust
Alice in Chains – Brother
Soundgarden – Spoonman
The Melvins – Joan of Arc
Temple of The Dog – Hunger Strike
Mother Love Bone – Chloe Dancer / Crown of Thorns
Alice Mudgarden – Right Turn
Hole – Rock Star

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Now Playing


Carla Bruni
No Promises
Naive/Teorema - 2006

Poemas de Emily Dickinson, William Butler Yeats, Dorothy Parker e outros, vestidos pela música de Bruni. Voz quente e acolhedora, ligeiramente rouca e arrastada, tão bonita e sensual como Carla. Para ouvir num fim de tarde de outono, de olhos fechados, sentado ao pôr-do-sol com uma manta nas pernas e uma cerveja fresquinha.

TSF, a playlist e os Queen

Ser um ouvinte atento da TSF tem muitas vantagens. Uma delas é, com muita frequência, apanhar convidados interessantíssimos no "Pessoal e Transmissível", como foi o caso dessa figura maior da música espanhola que é Diego "El Cigala", outra é constatar que as playlists dos convidados são, as mais das vezes, integralmente coincidentes com aquilo que se esperava que o convidado escolhesse.
Vitorino impingiu-nos o irmão, Janita Salomé, e supreendeu com Da Weasel.
Telma Monteiro obrigou-me a mudar a estação do rádio para não ter que ouvir os Papas da Língua.
Hoje, a playlist era de Rogério Alves, ainda Bastonário da Ordem dos Advogados. A playlist era fraquinha, superficial, previsível, frouxa e desinteressante. Exemplificativo foi a escolha do gasto e chato "Wish You Were Here", umas tretas de world music de trazer por casa, os Clash (menos mal), e o que para mim foi uma agradável supresa, depois do ímpeto travado em mudar de estação, "Don't Stop Me Now", dos Queen. Alves começou por falar do "Bohemian Rapsody", que mais não é do que um mero fogacho musical, dizendo que até parece ópera mas não é (Ah não??? Que surpresa!!!), mas escolheu "Don't Stop Me Now". E eu escolhi ouvir. Ouvi, confirmei três opiniões que já tinha em relação aos Queen e descobri uma nova, a saber:
1. Roger Taylor é fabuloso e ter feito a sua carreira nos Queen foi um desperdício de talento;
2. Brian May é um Kenny G que agride os nossos tímpanos com uma guitarra eléctrica em vez do saxofone;
3. Freddie Mercury, para além de ser um animal de palco, quando queria, sabia imprimir andamento a uma canção como ninguém; e, a descoberta,
4. "Don't Stop Me Now" é uma ENORME canção.

American Pie I

A long, long time ago...

I can still remember
How that music used to make me smile.
And I knew if I had my chance
That I could make those people dance
And, maybe, they’d be happy for a while.


Fala-se, no primeiro verso, em "a long, long time ago..." porque, não obstante o acidente tenha ocorrido em 1959, a canção veio a ser composta ao longo da segunda metada de década de 60 e editada em 1971.
A estrofe seguinte introduz o leitmotiv da canção, a referência, em tom saudoso, à música esterotipada por Buddy Holly, um pop-folk de singer-songwriter, ritmado e dançável, que enchia as medidas de McLean e que cujo declínio comercial se vinha revelando ao tempo em que "American Pie" foi escrita.

But february made me shiver
With every paper I’d deliver.
Bad news on the doorstep;
I couldn’t take one more step.

Ao tempo do inusitado acidente, em Fevereiro de 1959, McLean acumulava a carreira de músico com a ditribuição de jornais ao domicílio. Estrofe simples mas eficaz.

I can’t remember if I cried
When I read about his widowed bride,
But something touched me deep inside
The day the music died.

Holly deixou uma noiva, grávida, que perdeu o filho no seguimento do trauma causado pelo acidente.
Remata McLean a estrofe com a ideia chave subjacente ao poema: the day the music died. Partiu aquele que representava a última esperança na continuidade da música que McLean via ameaçada, Buddy Holly, e, ainda para mais, levou consigo o seu mais fiel seguidor, Ricardo Valenzuela, que dava os primeiros passos numa uma promissora carreira sob o nome artístico Richie Valens.

American Pie - Prólogo


Numa das primeiras postadelas deste espaço deixei a promessa de um dia aqui falar do "American Pie", de Don McLean.
Porque um dia não chega, vamos por partes...


Escrita com pretensões épicas e revelando-se um compêndio de raiva contra o estado da indústria musical, não obstante o bom feeling da melodia, foi o single de apresentação do disco homónimo, editado em 1971. O tema da canção é a morte de Buddy Holly, Richie Valens e The Big Bopper, num acidente de aviação, em 3 de Fevereiro de 1959, dia a que McLean chama "the day the music died", com a queda do avião onde os três seguiam.

Mal-grado as tentativas assassínio da canção, perpetradas designadamente por Garth Brooks e Madonna, bem pode McLean orgulhar-se de ter criado uma canção que é um marco da cultura americana do Século XX, nela metaforizada na emblemática torta de maçã eternizada no título.

Estrofe a estrofe, hoje inicio um percurso pela Road 66 do folk norte-americano, ao som de Dylan, Waits, Springsteen e Ryan Adams.

Constelação



Quem diria que, um dia, havia de ser editado um disco que reunisse Joshua Redman - a next big thing do jazz, cujo brilhantismo tive a oportunidade de testemunhar, o ano passado, na Casa da Música com o S. Francisco Jazz Collective -, o fabuloso Flea, dos Red Hot Chilli Peppers, que confere ao álbum, nas faixas em que toca, um fenomenal power de funk, Me'Shell NdegéOcello, ?uestlove (que substituiu o "Q" do seu nome por "?"), Jeff Ballard e Nicholas Payton, este também membro do SFJC.
Redman chamou ao grupo que juntou a Joshua Redman Elastic Band e ao disco "Momentum". A fusão resulta em cheio, num disco forte, que vai buscar muito ao funk dos anos 70 sem deixar de ser intemporal. Fica recomendado para os dias que começam bem.


Joshua Redman Elastic Band
Momentum
Nonesuch - 2005

A seguir de perto...

Porque, se formos a tempo, podemos evitar que discos se percam, cá vão três recomendações nacionais, para seguir de perto: Oioiai, Boite Zuleika e o projecto de Tiago Bettencourt & Mantha.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

All Saints


Formadas em 1993, na esteira do mega sucesso das Spice Girls, as All Saints sempre se assumiram, e assim foram conotadas pelo público e pela crítica, como mais sérias e menos show off e, acima de tudo com um som e uma imagem cosmopolita e cool, nos antípodas do ar parolo-suburbano das Spice Girls (das quais só a Mel C., a espaços, se aproveita, v.g. o dueto com Lisa "Left-Eye" Lopez).
Se “I Know Where It’s At” já prometia, foi com “Never Ever” que conquistaram o público. Uma canção cheia, a abrir num sexy spoken word, muito Barry White, para depois entrar num arrebatador crescendo soul, com imensa onda.
Firmes no estrelato, viram o single “Pure Shores” ter um papel maior no filme “The Beach”.
Com muita pena, as meninas vacilaram, não tiveram estrutura para aguentar o crescimento do fenómeno que criaram e as All Saints eclipsaram-se.
Certo é, todavia, que conquistaram um merecido lugar cativo na prateleira que a história da música reserva às Girls Bands, ao lado das Supremes, Ronettes, L7 e TLC. Fazem falta.

A rodar


Leonard Cohen
I'm Your Man
Columbia - 1988

"A stunningly sophisticated leap into modern musical textures", Jason Ankeny.

DP in DP

Os Discos Perdidos nos Discos Perdidos.
Porque o convite, além de simpático, sempre seria inegável, lá irá o Vinyl procurar discos em sinergia com quem também o faz, e bem, no Porto Canal. De trás das teclas para trás das câmaras. Banda sonora do momento, leitmotiv, Dinah Washignton, em "Mad About The Boy", devidamente adaptado para não haver confusões, "...On the silver screen, she melts my foolish heart in every single scene..."

Groovy...



Teatro Sá da Bandeira - Porto

6.12.2007

No momento em que tomei conhecimento do agendamento deste concerto (sensivelmente há 48 segundos atrás...) veio-me à cabeça o "59th Street Brigge Song", de Simon & Garfunkel, que diz qualquer coisa como "Got no deeds to do, no promises to keep. I'm dappled and drowsy and ready to sleep. Let the morning time drop all its petals on me. Life, I love you, all is groovy."

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Azeite


Ontem, enquanto jantava num conhecido shopping do nosso burgo, sempre atento à selecção musical que passava em fundo, devo ter despertado a raiva do funcionário que escolhe os CD's que tocam, que decidiu temperar o meu jantar com uma overdose de azeite.
Achei que era engano quando, ao esperar pela minha vez de me servirem de picanha, começo a ouvir o inenarrável "Lady In Red", do Chris de Burgh... mas não, alguém se lembrou de desenterrar aquele mono.
Mas a coisa não ficou por aí, logo a seguir levamos com um Phil Collins, numa daquelas cançõezecas depressivo-melancólicas que ele inventa, acompanhado de um irritante sintetizador pré-programado, a compor o ramalhete.
Mas não foi tudo... a inevitável Tina Turner, os Foreigner (argh!) ... e por aí.
Pelo sim, pelo não, acho é que é melhor começar a perguntar àqueles senhores que se passeiam de blazer bordeaux em cima de Segways pelos corredores do shopping onde é que está o responsável pela música. Nunca se sabe se, qualquer dia, ele não resolve por o "Ballade Pour Adeline", do Richard Clayderman, e haja que tomar medidas drásticas!

ZZ Top

Ok. Eu admito. Depoios da resistência inicial aos 80's, tenho que reconhecer que há coisas que vão muito além da mera condescendência ao kitsch. Um must...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Pena... muita pena...

Then: "Video Killed The Radio Star", The Buggles, 1979.


and...

Now: Reality TV killed MTV, 2000 e picos.

Subsunção


Subsunção, no sentido música ao espaço físico e vice-versa.

Praia fluvial do Tabuão, Paredes de Coura, Agosto de 2003.
Sob o epíteto "Jazz na Relva", eis que a produção do Festival de Paredes Coura resolve promover concertos intimistas de jazz ao ar livre, num palco com quatro frentes, 5 cm acima da linha do solo, a meio de solarengos finais de tarde de verão.

Naquela tarde, para mim a mais aguardada, brota da relva Carlos Bica. Vinha apresentar aquele que era, à data, o seu último trabalho, com o projecto Carlos Bica & Azul, "Look What They've Done To My Song", editado pela prestigiada Enja. A seu lado, no disco e na relva, Frank Möbus e Jim Black. Custa-me sempre muito destacar um dos músicos, por parecer pouco simpático para com os restantes, mas Jim Black foi absolutamente extraordinário (aliás, já passaram mais de 4 anos e uma data de concertos e eu ainda me lembro muito bem daquelas baquetas mágicas, das mãos nos címbalos e da parafernália de pequenos instrumentos de percussão...).

Já estive em concertos de jazz nos mais variados enquadramentos, desde os courts de ténis de Serralves à Praça da Erva em Viana do Castelo, passando por salas convencionais como o Coliseu ou a habitual Casa da Música, discotecas (sim... é verdade...) e até casas particulares, mas semi-deitado na relva, a metro e meio do palco com vista para o mais pequeno movimento e com a pedrada passiva que os ares festivaleiros proporcionam, é uma experiência única.

Não resisti, e no final do concerto fui pessoalmente dar os parabéns aos músicos, e dizer ao Carlos Bica que, não obstante conhecesse algumas coisas para trás, aquele foi o primeiro contacto, pelo qual ansiava, que tive com o "Look What...", que adorei. Não correu nada mal, para além da simpatia e abertura dos músicos (aliás, Black encarregou-se de virar a conversa ao contrário e desatar a fazer perguntas sobre o Festival, o cartaz e a minha opinião...), saí de lá com uma cópia do CD autografada pelos três que neste preciso momento está a rodar no meu leitor.

Sons da madrugada...



Sheila Chandra
Moonsung
Real World Records - 1999

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Paul Potts

A definição de momento extasiante: Um fiel de armazém com cara de maluco num típico concurseco de encher chouriços na programação das televisões. O Nessum Dorma a tocar e o espectador já de pé atrás, antevendo o assassinato da obra de Puccini... e de repente...

Alive & Kicking

Pedi o título emprestado aos Simple Minds para ir adiantando que se encontra em fase final de preparação a II Edição dos Discos Perdidos ao Vivo. Desta vez revista e aumentada, subordinada ao muito prometido tema "RetroKitsh", com o Vinyl a dar uma de You Spin Me Round (Like a Record Machine).

Por ora, Relax, não se pode estar Under Pressure. Há de aparecer um Invisible Touch que vai tirar This Charming Man da Road To Nowhere, como que a ouvir o Call Me do seu Personal Jesus, e assumir de uma vez por todas que o mote é... Let's Dance!



Em breve mais informações quanto a Time & Place.

Entretanto (Don't You) Forget About Me, já estamos em Final Countdown...

Livros

No seguimento do post infra, uma recomendação em papel:


Dream Brother:

The Lives and Music of Jeff and Tim Buckley

de DAVID BROWNE

Fourth Estate, New Ed edition, 2001

Adriano

Faz hoje 25 anos que morreu Adriano Correia de Oliveira. Enquanto melómano, devo confessar alguma resistência aos músicos cujo lugar na história da música foi conquistado por outras razões que não a música em si. É certo que o que acabo de dizer vai contra um post que está aqui para baixo sobre Gil Scott-Heron, de quem sou um fã incondicional, mas Heron é muito mais do que um mero vociferador de panfletos. Estive a ouvir com atenção o Adriano e não o achei muito diferente da corrente da sua época, encaixa direitinho entre José Afonso e Sérgio Godinho. Reparei que a sua característica mais evidenciada pela crítica e pelo métier é o seu timbre único. Ora, único uma ova! É impressionante a similitude da voz e do frasear de Adriano com Tim Buckley (o que é um elogio...)



sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Devendra em modo espiritual.

"I'm high and I'm happy and I'm free
I got my whole heart
Laid out right in front of me
And I finally can see
The way it's always been
The need for peace
Starts from within...



...So I leave my possesions to the wind
And I'm done with ever wanting anything
Well I can die satisfied
No desires do I hide
Not today, not today
Nor for the next one thousand lives (...)"

"Seahorse"
Devendra Banhart
"Smokey Rolls Down Thunder Canyon"
XL Records - 2007

Lá estaremos...

Casa da Música
Sala Suggia
1.11.2007 - 22h

John Peel


No próximo dia 25.10 faz três anos que John Peel montou o seu estúdio celestial, e deixou os nossos ouvidos entregues a quem por cá ficou.

Ainda não caí na realidade de perceber que Peel Sessions, agora, só as gravadas...

Children Of The Revolution

O Youtube é um dos meus maiores vícios. Este vídeo explica porquê: Marc Bolan canta Children of the Revolution, ao piano Elton John, na bateria Ringo Starr.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Culto



"I know a fine way to treat a Steinway


I love to run my fingers over the keys, the ivories"





"I Love a Piano"

Irving Berlin

Savina Yannatou



Por mais que me concentre e queime neurónios, não me consigo lembrar de nenhum país, à excepção da Alemanha, que tenha um espólio tão vasto de má música como a Grécia. Basta lembrar que foi de helénicas terras que se fez ao mundo Vangelis ou, ainda pior, Yanni, o Jean Michel Jarre lá da terra. A falta de qualquer aptidão dos gregos para a música é absolutamente contrastante com a sua posição geográfica, basta pensar na Turquia e médio oriente, para mais censurar, e lamentar, a sua inépcia.

Um oásis, e a prova viva de que a excepção confirma a regra, é Savina Yannatou, de quem aqui já falei a propósito do belíssimo disco "Sumiglia", de 2005, editado pela prestigiadíssima ECM, de Manfred Eicher.

Ciente do marasmo musical onde se encontrava, e, bem assim, do enquadramento geográfico de que acima falei, Savina Yannatou criou uma banda, a que chamou "Primavera en Salonico", e dedicou-se a estudar a música tradicional europeia, particularmente da bacia do mediterrâneo, e a sobre ela trabalhar. A sua voz é lindíssima, os arranjos extraordinários e muito meritória é a repescagem de instrumentos e melodias há muito perdidas. Não deixou de considerar a música barroca e renascentista, corrente que teve parte importante na sua formação musical, a música antiga grega e a inevitável influência do médio oriente. A sua música é - numa frase a armar ao intelectual - uma fusão de instalada cultura na cultura que se instala.

Não consigo resistir a terminar com a imagem de marca do crítico Thom Jurek... Highly recommended!

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Disco do dia



The Sisters of Mercy

Vision Thing

Elektra - 1990

Transversalidade

Purple Haze, de Jimi Hendrix, pelo Kronos Quartet.

Casa da (alguma) Música


Deixo no título um teaser para uma futura pronúncia sobre a inusitada programação da Casa da Música (*). Ao que parece, lá para Dezembro haverá algumas razões para lá ir. A saber:

Sábado, 08.12 - Trio Mário Laginha;

Quarta, 12.12 - Clã; e

Sábado, 15.12 - Dee Dee Bridgewater (**)

(*) Sugiro uma comparação com a programação musical da Culturgest

(**) Salvo o devido respeito à Orquestra de Jazz de Matosinhos, que é obviamente muito, não se entende como é que no site da Casa da Música, na parte relativa à programação mensal, aparece, para a referida data de 12.12, como headliner a Orquestra de Jazz de Matosinhos, sem qualquer referência que seja a Bridgewater. Só clicando, é que em nova página é dito, em abono da verdade, que "...o suporte instrumental [a Dee Dee Bridgewater] está a cargo da Orquestra de Jazz de Matosinhos."

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Haja Esperança...






Gil Scott-Heron

Small Talk at 125th and Lennox

RCA - 1970

Ando há, pelo menos, 10 anos (!) à procura deste disco em CD.

Até em Londres já tentei... sem sucesso. "Great record, man!", ouvi em Camden, seguido de um "You won't find it. I've been seeking for one myself for a lifetime! Try "Free Will", it's great too".

Obrigadinho, mas o "Free Will" já eu tenho há séculos!

Não há Amazon nem CDNow que me valha (à "availability" segue-se sempre um pedido de desculpas pela "incorrect information"...).

Continuo avesso aos mp3. Qualquer dia, começo a procurar em vinil...

Para a posteridade, a genialidade do "New Black Poet":


"...The revolution will not be brought to you by the

Schaefer Award Theatre and will not star

Natalie Woods and Steve McQueen or Bullwinkle and Julia.

The revolution will not give your mouth sex appeal.

The revolution will not get rid of the nubs.

The revolution will not make you look five pounds thinner,

because the revolution will not be televised, Brother..."


Happy Mondays



Um dos mais significativos fenómenos da música pop/rock contemporânea é a geração espontânea de movimentos radicados num mesmo local. Se é certo que no início dos anos 90 assistimos ao boom de Seattle, não menos certo é que meia dúzia de anos antes, com uma dimensão menor mas ainda assim assinalável, o fenómeno "Madchester", uma corrente de fusão entre rock indie e música de dança, trouxe-nos de Manchester bandas como os Stone Roses, os extraordinários e subvalorizados James, os 808 State, os Inspiral Carpets... e os Happy Mondays.

Os Happy Mondays foram o que foram por serem chanfrados, e não foram mais longe por serem chanfrados. Conseguiram a proeza de serem a primeira banda a ter um músico que tocava... nada. Bez, na foto, limitava-se a andar pelo palco a saltar, a achincalhar o público e estar por ali. Shaun Ryder, o vocalista, para além de defender publicamente que era filho de Hitler, resolveu abandonar a meio uma reunião com a direcção da editora "Fact", enquanto renegociava o contrato, exclamando "Kentucky Fried Chicken!" Não se tratava de qualquer acusação encapotada de "capitalismo editorial", mas uma vontade anunciada de mandar um chuto de heroína. Os Happy Mondays acabaram nessa reunião.
Ficaram discos como o fabuloso "Pills'n'Thrills and Bellyaches", de 1990, no qual encontramos, na minha opinião, o seu melhor single, "Kinky Afro" e vieram a nascer, poucos anos mais tarde, os Black Grape, com Ryder e Bez.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

The Jam - That's entertainment

Quando se fala de discos perdidos, acho que este dos mais típicos exemplos. Muito british, Paul Weller no tempo dos The Jam. Grande canção.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

E ele Pimba!

Dizia ontem Emanuel, em entrevista a um dos programas da tarde da televisão, que, não obstante existam quotas obrigatórias de música portuguesa a passar na rádio, o certo é que a que era efectivamente passada não é do género de música que ele faz. Queixava-se que só as rádios locais, e nem todas, passam música popular.

Duas dicas para Emanuel:

1.ª: Público alvo, arraiais populares... ring a bell?

2.ª: O novo álbum dos Clã. Percebe a diferença?

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Da Tripa

Num lamentável estado de tripa, que certamente estará resolvido amanhã pela manhã, não consigo pensar noutro disco que não este... (qualquer semelhança com o Spaghetti Incident não é pura coincidência...)


Ratos de Porão

"Feijoada Acidente"

1995 - Roadrunner Records

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Now playing...

John Legend

"Once Again"

G.o.o.d. Music - 2006

(porque esta semana começa numa onda muito cool...)

Surpresas do fim-de-semana

Este fim de semana trouxe-me duas boas surpresas. Primeiro, descobrir que algo compensa na loucura de enfrentar o Ikea num sábado de chuva... Entre as habituais musiquinhas de shopping, entre o "Crazy Little Thing Called Love" e o "Heaven is a Place On Earth" (duas boas razões para um sonoro "Vinyl Has Left The Building!"), eis que começa a tocar "Aquela Rapariga", dos Radar Khadafi... Mas como é que alguém se lembra dos Radar Khadafi!? Praticamente parei, estático, para ouvir...

Domingo, outra boa surpresa... Um auto-rádio em greve, um pedido de ajuda na sua substituição provisória por um velhinho toca-cassetes, efectuada a custo mas com sucesso... E, posta a tocar a cassete que estava lá dentro... "...She showed me shadows, a spectre of life. My soul just wanted to scream. She stared so deeply into my eyes. That's when I fell into a dream. When I awoke in bed she lay beside me. And she read me with her eyes..." Black Sabbath!!! E não é que ela ouve Black Sabbath... Mais perfeito que uma Super Bock sem alcool!