quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Música de elebaduôre

Tive um dia um jantar "bucólico" daqueles em que alguns convidados trazem outros convidados e acaba por se juntar um grupo digamos… eclético.
O ambiente era aquecido, a meias, pela lareira e pelo soul-funk de Maceo Parker. Tocava “Dial M-A-C-E-O”, de 2000, que tinha saído há dias, e rodava incessantemente entre o carro e a aparelhagem de casa. A dado momento, do disco e da noite, o funk rasgadinho de Parker acalma um pouco e toca a faixa “The Greatest Romance Ever Sold”, com a participação de Prince. Eis-nos chegados ao momento da noite, quando entre duas boçais garfadas, exclama um dos presentes, bem alto e com um notável sentido de oportunidade: “Ei ôublá, isto parece música de elebaduôre! Fuôgo!”, ao que se seguiu um censório silêncio imposto pelo bom senso dos restantes presentes.
De imediato fui incendiado, por um lado, pela imbecilidade latente daquele provável fã dos Vengaboys, por outro, por um certeiro olhar da anfitriã, que procurava assegurar a manutençã do meu silêncio e garantir que a noite não acabava com uma demonstração ao vivo do final de um concerto dos “The Who”.


Nota: lembrei-me desta história depois de ontem, numa deambulação, em apoio moral, por uma de várias lojas de roupa de senhora, ter sofrido um violentíssimo ataque aos meus tímpanos e juízo, perpetrado através do “best of” dos Vaya Com Dios.

1 comentário:

Joana Blu disse...

Não conhecia a música do Maceo com o Prince. Para apreciar a dimensão da alarvidade, fui ouvir. Não te passou pela cabeça fechar o fã dos Vengaboys muito muito fechadinho no elebaduôre? E nunca mais o soltar?