Por mais que me concentre e queime neurónios, não me consigo lembrar de nenhum país, à excepção da Alemanha, que tenha um espólio tão vasto de má música como a Grécia. Basta lembrar que foi de helénicas terras que se fez ao mundo Vangelis ou, ainda pior, Yanni, o Jean Michel Jarre lá da terra. A falta de qualquer aptidão dos gregos para a música é absolutamente contrastante com a sua posição geográfica, basta pensar na Turquia e médio oriente, para mais censurar, e lamentar, a sua inépcia.
Um oásis, e a prova viva de que a excepção confirma a regra, é Savina Yannatou, de quem aqui já falei a propósito do belíssimo disco "Sumiglia", de 2005, editado pela prestigiadíssima ECM, de Manfred Eicher.
Ciente do marasmo musical onde se encontrava, e, bem assim, do enquadramento geográfico de que acima falei, Savina Yannatou criou uma banda, a que chamou "Primavera en Salonico", e dedicou-se a estudar a música tradicional europeia, particularmente da bacia do mediterrâneo, e a sobre ela trabalhar. A sua voz é lindíssima, os arranjos extraordinários e muito meritória é a repescagem de instrumentos e melodias há muito perdidas. Não deixou de considerar a música barroca e renascentista, corrente que teve parte importante na sua formação musical, a música antiga grega e a inevitável influência do médio oriente. A sua música é - numa frase a armar ao intelectual - uma fusão de instalada cultura na cultura que se instala.
Não consigo resistir a terminar com a imagem de marca do crítico Thom Jurek... Highly recommended!
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