terça-feira, 9 de outubro de 2007

Happy Mondays



Um dos mais significativos fenómenos da música pop/rock contemporânea é a geração espontânea de movimentos radicados num mesmo local. Se é certo que no início dos anos 90 assistimos ao boom de Seattle, não menos certo é que meia dúzia de anos antes, com uma dimensão menor mas ainda assim assinalável, o fenómeno "Madchester", uma corrente de fusão entre rock indie e música de dança, trouxe-nos de Manchester bandas como os Stone Roses, os extraordinários e subvalorizados James, os 808 State, os Inspiral Carpets... e os Happy Mondays.

Os Happy Mondays foram o que foram por serem chanfrados, e não foram mais longe por serem chanfrados. Conseguiram a proeza de serem a primeira banda a ter um músico que tocava... nada. Bez, na foto, limitava-se a andar pelo palco a saltar, a achincalhar o público e estar por ali. Shaun Ryder, o vocalista, para além de defender publicamente que era filho de Hitler, resolveu abandonar a meio uma reunião com a direcção da editora "Fact", enquanto renegociava o contrato, exclamando "Kentucky Fried Chicken!" Não se tratava de qualquer acusação encapotada de "capitalismo editorial", mas uma vontade anunciada de mandar um chuto de heroína. Os Happy Mondays acabaram nessa reunião.
Ficaram discos como o fabuloso "Pills'n'Thrills and Bellyaches", de 1990, no qual encontramos, na minha opinião, o seu melhor single, "Kinky Afro" e vieram a nascer, poucos anos mais tarde, os Black Grape, com Ryder e Bez.

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