1940 em 2007.
Uma cave de um edifício decrépito, sem janelas, às 7 da tarde, à luz de meia dúzia de lâmpadas de 25 watts.
Uma nuvem de fumo. Bourbon a rodos.
O som de copos a tilintar e o burburinho da conversa de fim de tarde, após mais um dia de trabalho.
Ao piano - encostado num canto escondido da sala, ranhoso, cheio de pó e corroído pelo bicho da madeira - um gajo com ar de grunho, chapéu preto na cabeça, cigarro de enrolar no canto da boca, vestido com umas roupas mal amanhadas e voz de bagaço canta "Tom Traubert's Blues".
"Im an innocent victim of a blinded alley
And I'm tired of all these soldiers here
No one speaks english, and everything's broken, and my stacy's are soaking wet
To go waltzing Mathilda, waltzing Mathilda,
You'll go waltzing Mathilda with me (...)"
(...é que, por um instante fechei os olhos e imaginei-me lá...)
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