quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Os que fazem falta



Numa altura em que paramos para reflectir na quantidade de génios a dar música no céu, e encontrando-me eu num fim de mundo onde a única estação de rádio que se apanha é a Antena 1, tive a oportunidade de recordar, esta tarde, os australianos INXS, com "Elegantly Wasted".



Não fosse a inusitada morte de Michael Hutchence, e os INXS teriam, hoje, a mesma dimensão dos U2. Exagero, pensarão alguns. Mas não, responde com segurança o Vinyl. E isto porquê? Porque os INXS tinham a mesma filosofia e feeling do mercado de que é paradigmático exemplo a Madonna. Estavam sempre na vanguarda, desde 1977, ano da sua formação, até à infeliz partida do seu vocalista, a 22 de Novembro de 1997. A sua música estava sempre ligeiramente à frente do seu tempo, ou, pelo menos, a par do seu tempo. Desde os tempos idos dos 80's, em que implantaram na enciclopédia da música grandes hits do pop mainstream radio-friendly como "Mistify", "By My Side", "Never Tear Us Apart" e "Suicide Blonde" , até aquela brilhante fase final, que foram os últimos dois ou três anos antes da morte de Hutchence, de que é exemplo maior esse hino ao pop chamado "Not Enough Time", a cheirar ao Prince de "Diamonds and Pearls" por todos os poros. Absolutamente extraordinária canção (http://www.youtube.com/watch?v=gk1aX6hvRe8). Não esquecendo a força de "Baby Don't Cry" e "Devil Inside".

A morte de Michael Hutchence veio provar que a alma dos INXS não era, como se pensava, os irmãos Farris, mas sim ele próprio. Hutchence era uma Rock Star. Assim se fez e assim se foi. Viveu no deslumbre do seu mundo e por ele se deixou levar. Mas lá que era uma das mais cool personagens da música, isso não há dúvidas. Conseguia rivalizar em vendas com as boysband do momento sem pender para o azeite, e manter um profile que muitos seguiam, sempre com muita onda.

Os INXS morreram com Hutchence, e a televisão resolveu tentar ressuscitá-los com um reality-show, uma espécie de ídolos para escolher o novo vocalista. O resultado é bem esclarecedor. Escolheram aquele que mais características de estrela reuniria. O fiasco mostra quem era importante.
Que vontade de ouvir "Not Enough Time"...

1 comentário:

Joana Blu disse...

Sempre me comoveu o facto de ele me ter dedicado o «Beautiful Girl»...