sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Tourette's


(aqui havia texto que veio a ser retirado por rebate de consciência de Vinyl)

Outra nota de Vinyl: A tendência do momento é a ressurreição do orgão enquanto instrumento musical fora das igrejas. Instado o estereótipo do intelectual forinha alternativo sobre a história recente do instrumento, não me surpreenderia muito uma referência orgulhosa aos LP's do Jean Michel Jarre ou do Vangelis encontrados em casa dos pais (argh! grandes inspiradores dos Santamaria, reis dos carrinhos de choque). Se, porventura, estiver a ser mauzinho demais, então, pelos menos, os Orchestral Manouevres in the Dark ou os já referidos Kraftwerk.
Já que estamos nessa, cá vai uma recomendação a propósito:




Jimmy Smith
"Peter & The Wolf"
Verve - 1966

Now playing...

Audioslave
Out of Exile
2005

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Glimpse

"Lonely is the room, the bed is made, the open window lets the rain in
Burning in the corner is the only one who dreams he had you with him
My body turns and yearns for a sleep that will never come"

Jeff Buckley
"Lover, You Should've Come Over"
Grace
1994

"And I couldn't awake from the nightmare
that sucked me in and pulled me under
Pulled me under
Oh... that was so real"

Jeff Buckley
"So Real"
Grace
1994

Indian, Indian what did you die for?

"...Indians scattered on dawn's highway bleeding.
Ghosts crowd the young child's fragile eggshell mind.

(...)


Indian, Indian what did you die for?
Indian says, nothing at all."


"Dawn's Highway"
An American Prayer
Jim Morrison
1970

Disco do dia


Erasure
The Circus
1987 - Sire

Por demais representativo do período e corrente em que se insere, sem ser o mais reputado dos discos dos Erasure - lugar reservado a "Wonderland", de 1986 - é um dos mais interessantes discos de finais da década de 80.
À excepção dos fabulosos Communards, sobre quem já muito aqui falei, e dos Frankie Goes To Hollywood, hei-de sempre manter o pé atrás ao dance-pop abichanado. Mas ontem resolvi dar uma oportunidade a este disco. Movido pela febre do vinil, peguei nele e confirmei a excelente artwork - o centro da capa é um buraco, preenchido pelos desenhos estampados na capa interior, diferentes de um lado e de outro. Pus o vinil a rodar e devo confessar o esgar de condescendência que fiz. É um disco que faz sentido, os singles foram bem escolhidos e o intenso airplay merecido. Como não podia deixar de ser, para além das vozes agudas de Vince Clarke e Andy Bell, o espectro sonoro reduz-se aos sintetizadores e usuais drum machines.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Os Pintas


Há pouco, enquanto percorria os corredores do meu escritório, reparei na música que vinha de um dos gabinetes. "The Power of Love", de Huey Lewis And The News.
Não há nada mais americano na música do que as marchas do John Sousa, o Robert Palmer e o Huey Lewis.
Há de ficar sempre na memória o rock de fatinho dos anos 80, o Don Johnson, Hall & Oates, o Miami Vice e o Ferrari branco. Esta é a banda sonora.


"They say the heart of rock and roll is still beating
And from what I've seen I believe 'em
Now the old boy may be barely breathing
But the heart of rock and roll is still beating"


Duas guitarras e uma drum machine e está feito. Foi o auge da era pré-Bon Jovi da música americana.

Águas (muito) turbulentas

"Bridge Over Troubled Water" é uma das mais bonitas canções escritas até hoje, e por larga margem, o mais alto momento de inspiração de Paul Simon e Art Garfunkel. A interpretação no celebérrimo concerto no Central Park de Nova Iorque, então, é sublime.
Isto em consideração, há dois ou três dias, tinha a televisão sintonizada na SIC, sem que a estivesse contudo a ver. Dava a "Família Superstar" e anunciam que a concorrente vai cantar o "Bridge Over Troubled Water". Parei para ouvir. O que se seguiu roçou o inaudível. Uma voz levada até aos limites, melhor, para além dos limites, e uma postura em palco que fundia o pior de Céline Dion, Whitney Houston e quejandas, num espampanante esganiçado que a canção não merece. Uma interpretação a marimbar por completo na enorme beleza da canção, preocupada apenas, qual miss a desfilar na passerelle, em pavonear a voz que, ainda por cima, não é bonita.
O "Bridge Over Troubled Water" não é uma música da Shania Twain, bolas!
Incomoda-me muito a imberbe confusão entre amplitude vocal, e o exibicionismo gratuito da mesma (v.g. "I Will Always Love You", de Whitney Houston) e estética. Há por aí grandes vozes a fazer música detestável e há, por exemplo, o Tom Waits ou o Tony Bennett.
Desagradado que chegasse, fiquei expectante para ouvir o júri. Foi cada tiro, cada melro, cada cavadela, cada minhoca. Desfizeram-se em elogios. A Clara de Sousa percebe tanto de música como eu de pesca à linha, e deve ter comprado o disco de Natal dos Il Divo. Compreende-se. Agora o Tozé Brito e os Anjos? O primeiro é o patrão da Universal e tem, à vontade, quarenta anos de música. Os segundos, trabalham no segmento em que trabalham mas são músicos profissionais. Ou foi por consideração à sua colega Romana, ou não se compreende. Enfim, deve ser o espírito natalício...

EZ Special

Em meados de 2000, surgiu em Santa Maria da Feira uma banda chamada EZ Special. Para além do nome inerte, fraquinho, traziam um som pop muito James (até pela forte intervenção de Saul Davies, dos próprios, em grande parte do processo criativo do primeiro EP e na produção do primeiro álbum), e uma saudável frescura em pop orelhudo. Encontraram sucesso nacional com Daisy, o seu primeiro single, com o inesquecível refrão lá-lá-lá-lá-ú lá-lá-lá-lá-ú. Mais tarde, outra boa canção, My Explanation, voltou a levá-los, e bem, aos tops nacionais. Sem aparecerem como a next big thing, um patamar acima dos Hands on Approach e dos Sally Lune, não deixaram de crivar um lugar seguro, e merecido, no panorama do bom pop nacional.



Eis senão quando, em 2005, o vocalista Ricardo Azevedo resolve ir atrás de um T2 e é substituído pela inóspita figura Orlando, ex-vocalista dos Feed. Os EZ Special resolvem passar a cantar em português (o que, em princípio até nem seria mau, como nos mostram os The Gift com “Fácil de Entender”), e brindam-nos com pérolas como “Sei que sabes que sim” e a inacreditável “Menina bonita”, numa linha que cruza Michael Bolton com Mikael Carreira e umas letras a roçar a criatividade do pai deste último. Resolveram sair do mainstream, pela porta de baixo, e conquistar um lugar na prateleira dos Anjos e do Paulo Gonzo a dar música a telenovelas. Tanto bom trabalhinho deitado pela janela fora...

Está visto… Ricardo, deixa lá o T2 e volta, sem ti está tudo perdido…

p.s.: esta triste história faz-me lembrar, à escala, a escolha de Ronnie James Dio para vocalista dos Black Sabbath, um dos mais frustrantes momentos da história da música...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Disco do dia...


Ocean Colour Scene
Marchin' Already
1997 - Universal Music

Pequena amostra do hino ao britpop que é este disco, aqui.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Disco do dia

Jimmy Cliff
Give The People What They Want
MCA - 1981
Há qualquer coisa no reggae que me deixa sempre de pé atrás. Não sei são os ritmos das caraíbas, sobretudo o ska ou o calypso, ou o facto de o Bob Marley se sobrepor a praticamente tudo o que foi, e é, feito. Uma coisa é certa, goste-se ou não de reggae, Bob Marley é um ícone e"Redemption Song" é uma das mais extraordinárias canções de sempre.

Ontem, redescobri, em vinil, esta verdadeira pérola. Chamo a especial atenção para "Shelter of Your Love", onde a voz de Jimmy Cliff nos causa muito sinceros arrepios na espinha (arrepios comparáveis aos causados pelas primeiras palavras de Kurt Cobain em "The Man Who Sold The World", no Unplugged dos Nirvana). Pura estética sonora.


segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Justificação

A sobrecarga de trabalho de Vinyl tem limitado em muito a frequência de posts. Prometo, logo que as águas acalmem, voltar a pousar a agulha no disco e retomar a normal frequência, em 33rpm.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Poupem-me...

Fico pasmado com as coisas que ouço sobre Michael Bublé, esse Kenny G da voz.
O nível das atoardas que por aí circulam chega ao nível do “é o novo Frank Sinatra”. Que memória curta! Já ninguém se lembra que esta excelsa figura apareceu por aí a cantar uma versão pseudo-jazzística de “Crazy Little Thing Called Love”?
Muito caminho a percorrer para chegar a Harry Connick Jr. ou Jamie Cullum (mais ou menos a mesma distância que separa os Vaya Com Dios da Cassandra Wilson…).
Nota: dá-me um gozo especial, e já o fiz mais do que uma vez, perguntar na Fnac por que carga de água é que os discos do Kenny G estão na secção do Jazz.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Clã


Pergunta: Qual é a banda portuguesa que mais merece ter a Casa da Música a rebentar pelas costuras esta noite?

Disco(s) do dia

Guns n' Roses
Use Your Illusion I & II
1991 - Geffen



terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Momentos...

Ontem, depois do jantar, um momento sublime. Composto por um sofá, uma cerveja fresquinha numa sala quente, duas colunas Yamaha, duas novas aquisições e um vinil:

Tangent Amp50

Numark TT610

Egberto Gismonti

Dança das Cabeças

ECM - 1976

Info

A II Sessão dos discos perdidos ao vivo foi adiada para data, hora e local e designar em Janeiro de 2008.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Música no céu


Karlheinz Stockhausen
22.8.1928 - 5.12.2007

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Report

Nouvelle Vague
Teatro Sá da Bandeira, 6.12.2007


O concerto dos Nouvelle Vague, ontem à noite, excedeu largamente todas as expectativas geradas. Se é certo que não pegou à primeira, “Dancing With Myself” tratou de resolver o problema e dar a entender que muitas surpresas se avizinhavam. Mais do que as recriações de grandes clássicos, sempre primando pela singularidade, as duas vocalistas deram uma verdadeira lição sobre o que é estar em palco. Teatralidade, aliás, em consonância com o espaço. A sua performance esteve sempre mais além do mero debitar da canção e fez valer cada cêntimo do bilhete. Agradável surpresa, também, o guitarrista/vocalista masculino, enorme intérprete. Pelo alinhamento passaram Generation X, Bauhaus (aqui com algum exagero na “representação” de “Bela Lugosi’s Dead”), Blondie, Joy Division, Depeche Mode, Frankie Goes to Hollywood, entre outros. Momento alto, sem dúvida, “Love Will Tear Us Apart”. Conseguiram até os Nouvelle Vague recriar, com sucesso, uma das mais detestáveis canções pop de sempre, “Tainted Love”, dos Soft Cell.
O próximo concerto, na Aula Magna, será registado em áudio e vídeo para edição em CD e DVD, em finais de Janeiro de 2008. Se for ao nível do espectáculo de ontem, será mais uma compra essencial.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Disco do dia


Mahavishnu Orchestra With John McLaughlin
The Inner Mounting Flame
Columbia/Legacy - 1971

Agenda


Nouvelle Vague

Hoje, 6.12, às 21h30 no Teatro Sá da Bandeira, no Porto.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Report...



Au Revoir Simone, Theatro Circo, 4.12.2007


Foi o meu primeiro contacto com o trio de Brooklyn. Entrei na sala, pela porta da frente, tinha acabado de começar a primeira canção. Com uma perspectiva privilegiada sobre o palco, nele vi o que parecia uma representação do vídeo de "Kelly Watch The Stars", dos Air, com teclados no lugar da mesa de pingue-pongue.

As Au Revoir Simone não são iguais a mais nada, o que é uma mais valia. Encontramos algumas influências no visual, muito bem conseguido aliás, como sejam as Cansei de Ser Sexy ou Coco Rosie. Na sua música, onde eu esperava secretamente encontrar resquícios do virtuosismo de Jimmy Smith, tive que me contentar com Portishead, o que não é muito abonatório, e Air, o que já é abonatório. Pelo menos, nada de Vangelis, Jean Michel Jarre ou Kraftwerk.

Valeu a pena pela descoberta de uma lufada de ar fresco. Teve como contraponto uma certeza: a música electrónica não resulta ao vivo.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Au Revoir Simone

Hoje, pelas 23h30, no Theatro Circo, em Braga.

Mitos vivos...

Anthony Dominick Benedetto, Tony Bennett.
n. 3.8.1926 em Nova Iorque.


Refém da inevitável comparação com Frank Sinatra, com este perde apenas na dimensão do estrelato. Com muito mais feeling, swing e coolness está dois furos acima do old blue eyes. Onde Sinatra resvalava para Hollywood, Bennett concentrava-se no que era realmente importante. As suas interpretações dos American Songbooks de Gershwin, Berlin e Cole Porter são notáveis, as suas incursões pelo jazz fascinantes.
Para além das elucidativas compilações, recomendo Bennett/Berlin e o álbum com Bill Evans.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

História do Rock


The Animals

"House of the Rising Sun"

1964

Up The Irons!

Constato, com enorme prazer, que a actual campanha publicitária da Sony é animada pelo som dos Iron Maiden, com "Can I Play With Madness?", single do fantástico álbum "Seventh Son of a Seventh Son", de 1988.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Excelsa Elis.


Elis Regina Carvalho Costa
17.3.1945 - 19.1.1982

Dave Matthews em Lisboa


Foi lançado em CD o magnífico concerto da Dave Matthews Band no Pavilhão Atlântico, em 25 de Maio deste ano. O press release, simpático, diz o seguinte: "Pavilion Atlantico, Lisbon, Portugal was the second European stop for Dave Matthews Band earlier this spring. DMB played their hearts out for almost three hours (longest show in 2007) to an ecstatic crowd of 18,000, most of whom were seeing their very first Dave Matthews Band show! The Lisbon show featured a very rare double encore of Gravedigger > Jimi Thing, Stay followed by Don’t Drink the Water, Pantala Naga Pampa > Rapunzel. Another highlight of the show was Tom Morello’s surprise guest appearance, a first with DMB. Morello, guitarist from Rage Against the Machine, joined DMB for #41 and American Baby Intro. The chemistry between DMB and the audience in Portugal was very apparent to those in attendance and definitely translates into the live recording. Dave praised the voracious Lisbon crowd as being “unbelievable” and “amazing…like tuning into a soccer match.”! Dave Matthews Band delivered a smashing performance in Lisbon, Portugal that deserves release as the special tenth volume Live Trax!"

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Kleine Ballenase...

"Pergunte ao seu orixá
Amor só é bom se doer."


"Canto de Ossanha", Vinicus de Morais

Disco do dia


Metallica
Master of Puppets
Elektra - 1986

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

A prática da genialidade.

Egberto Gismonti - Dança das Cabeças

Josh Rouse no Teatro Circo



Josh Rouse subiu ao palco do Teatro Circo, ontem, passava já da meia noite. Antes havia a multidão sido devidamente entediada por um duo espanhol de cujo nome não me recordo, o que, atenta a música que tocaram, é até conveniente.

O folk-rock de Rouse foi arrebatador. Canções de três minutos, sons de Dylan e Smiths tocados ao ritmo dos Ramones. A música de Josh Rouse é alegre, vibrante e dotada de um notável sentido de movimento, de uma cadência muito, muito viva. Uma banda em plena forma, tirando um prego do baixo na última canção da noite, com uma bateria marcante e um virtuoso aos comandos da electrónica. Músico, e não rockstar, Rouse toca na parte lateral do palco, espaço partilhado em igual medida por todos os músicos. Magnífico concerto, do qual saliento momentos como "Love Vibration", ou "It's the Nighttime".

(Nota: foi notada a falta de "Winter In The Hamptons").

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Em preparação...


Espírito de Ebenezer Scrooge

Estamos quase no Natal. As baixas das cidades já parecem lojas dos chineses, perdidas em luzinhas que piscam e bip-bip's electrónicos, e a azáfama dos presentes está instalada. Nada que me preocupe. Aquilo que realmente me assusta é pensar que vou ter que ouvir a tocar incessantemente, durante um mês inteiro, como todos os anos, o "All I Want For Christmas Is You", da Mariah Carey, o "Last Christmas" dos Wham! e até "Santa Baby", de Kylie Minogue.

Constatação



Em Control, de Anton Corbijn, a música dos Joy Division é tão só o melo do drama que foram as relações amorosas de Ian Curtis.

Ossos do ofício

Judas Priest - Breaking The Law

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Disco do dia

The Jesus & Mary Chain
"The Sound of Speed"
Blanco Y Negro - 1993

Where else... ?!


Au Revoir Simone
Teatro Circo, Braga
4.12.2007

Homem foguete

Escolheu David Fonseca "Rocket Man", uma cover de Elton John, como segundo single de "Dreams in Colour". Ouvi, e tirei várias conclusões:
- David Fonseca conseguiu criar um som próprio, o que não deixa de ser lisonjeiro para um músico. E quem escreveu e interpretou "The 80's", bem o merece;
- Perdidas na discografia (ignóbil) de Elton John há grandes canções pop. "Rocket Man" é uma delas, outras são, por exemplo, "Take Me To The Pilot" ou "Have Mercy On The Criminal".
- David Fonseca realiza o vídeo e revela-se, cada vez mais, multifacetado.
- O single é apresentado como "supreendente versão". Uma versão de Elton Jonh por David Fonseca não supreende ninguém. Os Silence 4 já tinham tocado "A Little Respect", dos Erasure, na mesma linha e a estética de Elton John está muito presente em toda a música de David Fonseca.
- É certo que, como disse na primeira conclusão, David Fonseca é já dono de um som claramente identificável, parece-me, contudo, que está demasiado preso e ele. Se assim continuar, arrisca-se a sofrer as mesmas consequências que os Coldplay, que depois de um brilhante primeiro álbum, só editam mais do mesmo e mais do mesmo.

Now playing...



a divina Callas.

Josh Rouse

27.11, 23h
Teatro Circo - Braga

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Equilíbrio

Por respeito à extraordinária canção, depois da guincharia de Tyler, cá está a grande Mahalia Jackson.

Improbabilidades

Steven Tyler canta Amazing Grace...
What's next?!

Disco do dia


John Coltrane
A Love Supreme
1964 - Impulse!

Porque hoje são 22.11...

"You are the most beautiful thing
I've ever seen
You shine just like sunlight rays
On a winter snow
I just had to tell you so..."


Butterfly
Lenny Kravitz
"Mama Said"
1991

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Now Playing...


Carlos Bica & Azul
"Look What They've Done To My Song"
Enja Records - 2003

Disco do dia


Rokia Traoré
Bowmboï
2004 - Nonesuch

Sublime. A mais doce voz da música africana, num álbum mais de world music e menos de música étnica.

História do Rock

Led Zeppelin - Whole Lotta Love

Música de elebaduôre

Tive um dia um jantar "bucólico" daqueles em que alguns convidados trazem outros convidados e acaba por se juntar um grupo digamos… eclético.
O ambiente era aquecido, a meias, pela lareira e pelo soul-funk de Maceo Parker. Tocava “Dial M-A-C-E-O”, de 2000, que tinha saído há dias, e rodava incessantemente entre o carro e a aparelhagem de casa. A dado momento, do disco e da noite, o funk rasgadinho de Parker acalma um pouco e toca a faixa “The Greatest Romance Ever Sold”, com a participação de Prince. Eis-nos chegados ao momento da noite, quando entre duas boçais garfadas, exclama um dos presentes, bem alto e com um notável sentido de oportunidade: “Ei ôublá, isto parece música de elebaduôre! Fuôgo!”, ao que se seguiu um censório silêncio imposto pelo bom senso dos restantes presentes.
De imediato fui incendiado, por um lado, pela imbecilidade latente daquele provável fã dos Vengaboys, por outro, por um certeiro olhar da anfitriã, que procurava assegurar a manutençã do meu silêncio e garantir que a noite não acabava com uma demonstração ao vivo do final de um concerto dos “The Who”.


Nota: lembrei-me desta história depois de ontem, numa deambulação, em apoio moral, por uma de várias lojas de roupa de senhora, ter sofrido um violentíssimo ataque aos meus tímpanos e juízo, perpetrado através do “best of” dos Vaya Com Dios.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Auto-disciplina


Stanton T50-B

Por mais que me esforce, não está nada fácil... Quando penso no negro vinil de um "A Love Supreme", a rodopiar na minha mão à procura do lado A, antes de o pousar na espuminha do gira discos, a escova de veludo azul a percorrer as finas estrias do negro círculo, a agulha a pousar no início e os primeiros estalidos do mais verdadeiro som que uma máquina pode produzir... Ainda para mais, descobri ontem, em passeio pelos antros da tecnologia digital, que custa qualquer coisa como Eur 113,00... Não está fácil... Mesmo nada fácil...

Pura estética

A obra é "Quadriglia", de N. Rota, interpretada em Palermo, em 2005. No trompete, Enrico Rava, guitarra por Nguyen Le, Salvatore Bonafede ao piano, Pietro Ciancaglini no baixo e Fabrizio Sferra na bateria.

Ícones

Saul Hudson, Slash
(n. 1965, Hampstead, Londres)





















Angus McKinnon Young
(n. 1955, Glasgow)

...

"You don't look but you kick me
You can't feel but you hit me
You can't live with the way I pray

Why do we all have to look this way?
I've got a heart, I got blood, feel pain"


Stone Temple Pilots
"Army Ants"
Purple
1994

Enrico Rava


Enrico Rava é a transposição de Miles para o jazz europeu. Seu seguidor de sempre, com a mesma coolness de Miles, grava actualmente para a ECM, de Manfred Eicher, e é autor de "Easy Living", de 2004, um dos melhores discos de jazz europeu de sempre, numa clara ascensão do liricismo latino sobre o jazz nórdico (cuja propensão para o new age, de Terje Rypdal, por exemplo, me faz alguns picos).

Chegou o dia...


Sony Music Studios, Nova Iorque, 18 de Novembro de 1993.
Momento maior.
14 anos e um dia depois, foi lançado em DVD, ao mesmo tempo, em todo o mundo.
Ansioso por reformar a velhinha cassete vhs, mal posso esperar por rever Cobain, de olhos fechados, a cantar "We passed upon the stairs, we spoke of was and when. Although I wasn't there, he said I was his friend"

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Sade

Helen Folsade Adu nasceu em 1959, na Nigéria, filha de pai africano e mãe inglesa. Da mistura genética e cultural (Sade cresceu em Londres) resultou uma daz vozes mais quentes e sensuais da música. Envolvente, apaziguadora e, acima de tudo, muito cool.

Descobri Sade com "Smooth Operator", que fazia parte de uma das compilações - estilo Jackpot ou Polystar - que eu, em meados dos anos 80, recebia de presente no Natal . Perdida algures entre "Take Me Up" dos Scotch e "Lavender" dos Marillion, lá estava o single que deu a conhecer este portento ao mundo. Na altura, aos 10/12 anos, eu andava mais virado para os Queen e para Bruce, o "Boss", e avançava furiosamente a cassete quando esta chegava à canção de Sade, com quase tanta convicção como o fazia quando chegava ao inenarrável "Vladimir Ilitch", de Michel Sardou.

Anos mais tarde vim a descobrir "No Ordinary Love", belíssima canção, inebriante para além de todos os adjectivos já supra reportados à magnífica Sade. Daqui parti para descobrir o resto da sua obra , incluindo "Smooth Operator", a quem até já desculpo o sax alto foleirinho. Muito recomendável.

Nota: recomendo um lugarzinho na prateleira ao lado de Barry White e Marvin Gaye como banda sonora de um jantarinho especial.

Janis

"I met a girl who sang the blues and I asked her for some happy news, but she just smiled and turned away..."
Don McLean
"American Pie"


Janis Joplin
1943 - 1970

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Stevie Ray Vaughan - Pride and Joy

Para um fim de semana com o pedal todo...

Disco do dia


The Waterboys
"This Is The Sea"
Chrysalis - 1985

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Disco do dia


Oasis
(What's The Story) Morning Glory
1995 - Epic

Não só, mas também por do seu alinhamento constar "Roll with it", um britpop rasgadinho que em quatro minutos concentra e resume todo o espírito da música britânica dos anos 90.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Ambígua Estética

Vanessa Paradis - Sunday Mondays

Disco do dia


Pulp
Different Class
1995 - Island

O Trovador

"Have I told you lately that I love you
Have I told you there's no-one else above you
Fill my heart with gladness
Take away my sadness
Ease my troubles, that's what you do."

"Have I Told You Lately"
Van Morrison
"Avalon Sunset"
1989

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Babyshambles - Delivery

Nota de Vinyl: Qualquer semelhança com "You Really Got Me", dos The Kinks, é pura coincidência...

História da música


Fender Mustang
1976

O plástico e o éter


Com o ocaso anunciado do compact-disc, os consumidores de música estão em divergir em duas direcções: por um lado, a grande massa ouvinte que, convertida e agradecida, segue o fenómeno mp3, up's e downloads, e adere à febre do ipod, congratulando-se com a perda do suporte físico que, afinal, só servia para ocupar espaço lá em casa; por outro lado, os melómanos audiófilos, para quem a capa do "A Love Supreme" pendurada na parede é a mais importante peça de decoração da casa e teme pela perda das capas dos discos, dos booklets, de algo para ter na mão enquanto se ouve a música.

Este fim de semana, enquanto fazia turismo na minha própria cidade, descobri que as lojas de discos em vinil estão a aparecer como cogumelos. Tive na mão o "Kind of Blue", do Miles, e "Sabbath Bloody Sabbath" e "Vol.4", dos Black Sabbath, vi o "Never The Bollocks, Here's The Sex Pistols" numa prateleira, e na montra uma compilação de blues cantados pela grande Nina Simone. E não eram discos antigos, recuperados de uma qualquer colecção abandonada (o que até lhes dava algum misticismo...) eram cópias novinhas, a pedir por tudo para serem tocadas, olhadas, disfrutadas em pleno...

O Vinil está a regressar em grande, e o mercado está já muito à frente. Os discos andam entre os 10 e os 20 Euros. Este gira-discos é um Michell-Engineering, chama-se Odyssey e custa Eur 3.000,00...

Livro do dia



"Now and Then"

The poems of Gil Scott-Heron

Disco do dia



U2
The Joshua's Tree
1987 - Island

"Boy", "War" e "The Unforgettable Fire" eram já grandes discos, mas o breakthrough dos U2 foi dado com "The Joshua's Tree", editado em Portugal como "A Árvore de Joshua" e com os títulos das canções traduzidos para português (!). É um concentrado de super canções: desde "Where The Streets Have No Name" até "I Still Haven't Found What I'm Looking For", passando por "With Or Without You", e faz parte da discografia básica do pop/rock.
Hoje em dia, os U2 estão a perder a dimensão que criaram, estão a ser um pouco apagados pelo tempo. A seguir a "Joshua's Tree" tiveram mais um momento de inspiração com "Achtung Baby", de 1991, e fora esse... Isto para concluir que a banda que de há uns anos para cá tem sido olhada como aquela que vai conquistar um lugar na história ao nível dos Beatles ou dos Rolling Stones não tem feito muito por isso. Basta ouvir "All That You Can't Leave Behind" ou "How To Dismantle An Atomic Bomb"...
Agora, "The Joshua's Tree" é um disco maior.