quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

EZ Special

Em meados de 2000, surgiu em Santa Maria da Feira uma banda chamada EZ Special. Para além do nome inerte, fraquinho, traziam um som pop muito James (até pela forte intervenção de Saul Davies, dos próprios, em grande parte do processo criativo do primeiro EP e na produção do primeiro álbum), e uma saudável frescura em pop orelhudo. Encontraram sucesso nacional com Daisy, o seu primeiro single, com o inesquecível refrão lá-lá-lá-lá-ú lá-lá-lá-lá-ú. Mais tarde, outra boa canção, My Explanation, voltou a levá-los, e bem, aos tops nacionais. Sem aparecerem como a next big thing, um patamar acima dos Hands on Approach e dos Sally Lune, não deixaram de crivar um lugar seguro, e merecido, no panorama do bom pop nacional.



Eis senão quando, em 2005, o vocalista Ricardo Azevedo resolve ir atrás de um T2 e é substituído pela inóspita figura Orlando, ex-vocalista dos Feed. Os EZ Special resolvem passar a cantar em português (o que, em princípio até nem seria mau, como nos mostram os The Gift com “Fácil de Entender”), e brindam-nos com pérolas como “Sei que sabes que sim” e a inacreditável “Menina bonita”, numa linha que cruza Michael Bolton com Mikael Carreira e umas letras a roçar a criatividade do pai deste último. Resolveram sair do mainstream, pela porta de baixo, e conquistar um lugar na prateleira dos Anjos e do Paulo Gonzo a dar música a telenovelas. Tanto bom trabalhinho deitado pela janela fora...

Está visto… Ricardo, deixa lá o T2 e volta, sem ti está tudo perdido…

p.s.: esta triste história faz-me lembrar, à escala, a escolha de Ronnie James Dio para vocalista dos Black Sabbath, um dos mais frustrantes momentos da história da música...

2 comentários:

Anónimo disse...

A única diferença entre "Fácil de Entender" dos Gift e as canções dos EZ Special está no facto de estas últimas serem ligeiramente melhores. Anjos não têm nada a ver com Paulo Gonzo, e isso qualquer pessoa percebe. Se é verdade que não há má publicidade, então os EZ Special estão a cumprir o desígnio do pop mainstream, levando a aberrações críticas como a do autor do blogue. Gostos são gostos, mas o senhor denota falta de bom senso.

Anónimo disse...

É assim mesmo máá nada...toma e embrulha...loool