Constatei ontem, num, que deve haver um baú, completamente estanque, onde sempre e invariavelmente se vai buscar a música que toca nos casamentos.
Invariavelmente, depois da valsa, lá vem o "New York, New York", ontem trocado por um também típico "Rock Around The Clock". Não há volta a dar, toca sempre o "Wake Me Up Before You Go-Go" e o irritante "Crazy Little Thing Called Love". Depois há de passar a Daniela Mercury e os Gipsy Kings, o "Mambo Number 5", o "YMCA" e por aí fora.
Confesso que não gosto de dançar e a única coisa que me faz saltar da cadeira é rock. Após quatro horas de standards de casamento, e já farto de ouvir coisas como o "Conquistador" ou o "Amor de Água Fresca", e quando a coisa mais aproximada ao rock havia sido o inefável "Summer of 69", resolvi, disfarçadamente e em conluio com quem partilhava do meu desagrado, ir perguntar ao DJ se ele não tinha o "Thunderstruck". "O quê?" Perguntou ele? "AC/DC!" Exclamamos nós, na expectativa que o motivo da falta de entendimento fosse o volume da kizomba. "Quem?" Perguntou o toca discos. Esclarecedor. Viemos embora, e sentamo-nos. Pouco depois tocou o "Estou na Lua". Estás, estás.
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